As autoridades venezuelanas iniciaram esta quarta-feira uma operação de verificação da identificação dos cidadãos nas filas dos supermercados, para tentar evitar a revenda dos produtos no mercado informal.
A operação foi confirmada aos jornalistas por Anabel Jiménez, diretora geral do Serviço Administrativo de Migração, Identificação e Estrangeiros (Saime), que precisou que nalguns casos "são forjados" os documentos que os cidadãos usam para comprar alimentos.
"Trabalhamos conjuntamente com a Polícia Nacional Bolivariana para realizar operações nos estabelecimentos comerciais, para verificar a documentação e atacar o açambarcamento", disse.
Na Venezuela, para comprar produtos nos supermercados, os cidadãos devem identificar-se na caixa e colocar as impressões digitas num sistema biométrico. Segundo o resultado do processo, o cliente poderá comprar ou não, estando limitada a quantidade de produtos que pode adquirir semanalmente.
Segundo Anabel Jiménez, "nalguns casos não se trata de bilhetes de identidade emitidos pelo organismo (Saime) mas documentos falsos, forjados para violar e poder fazer uso dele, adquirir alimentos 'regulados' (com preço máximo de venda afixado pelo Executivo)".
A imprensa venezuelana dá conta que desde janeiro último as autoridades venezuelanas detetaram 476 casos de cidadãos que usurpavam a identidade de outras pessoas, tanto de nacionais como estrangeiros.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas dos cidadãos sobre dificuldades para conseguir alguns produtos básicos como o arroz, massa, farinha de trigo e de milho, café, açúcar, margarina, maionese ou leite em pó. Também tem havido falta de papel higiénico e outros produtos de higiene pessoal, entre outros.