O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou, esta quarta-feira, que a Grécia vai vetar acordos políticos na União Europeia até os outros Estados-membros aplicarem o acordado sobre a repartição dos refugiados.
"A Grécia, a partir de agora, não vai dar o seu consentimento a acordos legais, até que os Estados-membros tenham aplicado os seus compromissos" sobre a divisão dos refugiados, afirmou Tsipras, durante uma intervenção no parlamento.
"Se alguns pensam que podem erigir muros, devem saber que não o aceitaremos e que a Grécia vai reagir", acrescentou.
Tsipras considerou também que a gestão da crise na Europa "é dececionante", afirmando que "as normas e os acordos comuns ou não se aplicam a todos ou não existem".
O chefe do governo de Atenas criticou ainda que algumas decisões tomadas por todos os líderes da União Europeia possam ser anuladas por grupos restritos.
Tsipras aludia assim à decisão unilateral dos Estados da designada rota balcânica de encerrar as fronteiras a afegãos e exigir documentos de identificação a sírios e iraquianos, apenas um dia depois de o Conselho Europeu ter garantido que não haveria ações deste tipo antes da próxima cimeira, prevista para 07 de março.
Tsipras fez estas declarações horas depois de a Áustria e nove países dos Balcãs Ocidentais terem acordado em Viena reforçar a cooperação para travar as vagas humanas, com novas medidas nacionais e regionais, com o objetivo declarado de "forçar" uma resposta comum dos Estados-membros da União Europeia à crise dos refugiados.