O presidente da República vai cumprir a promessa de passar parte das suas férias nas zonas afetadas pelos grandes incêndios do ano passado, enquanto a maioria das principais figuras políticas continuará a privilegiar o sul do país.
As exceções serão o presidente do PSD, Rui Rio, que passará férias no norte do país, e o deputado do PAN, André Silva, o único dos políticos contactados pela Lusa que irá viajar para bem longe de Portugal, num roteiro pelo Cáucaso.
O gabinete do primeiro-ministro preferiu não divulgar quando e onde António Costa gozará o seu período de descanso.
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha anunciado que pretendia regressar à zona dos incêndios de junho e outubro do ano passado, desta vez na qualidade de turista, para incentivar os portugueses a seguirem-lhe o exemplo e "dinamizar a economia" do interior.
De acordo com o seu gabinete, o presidente da República irá, no início de agosto, gozar alguns dias de férias nas zonas afetadas pelos incêndios de outubro - podendo passar por municípios como Vouzela, Tondela, Góis, Arganil ou Oliveira do Hospital - e na última semana de agosto fará o mesmo na zona de Pedrógão Grande e Castanheira de Pera.
O chefe de Estado viajará sozinho - à exceção dos obrigatórios seguranças - e sem programa definido, conduzindo o próprio carro.
Entre esses dois períodos, Marcelo Rebelo de Sousa irá, como habitualmente, para o Algarve, onde passará cerca de 15 dias de férias em família, na zona na Quinta do Lago.
Dos políticos contactados pela Lusa, apenas a coordenadora do BE e a deputada do Partido Ecologista "Os Verdes" Heloísa Apolónia deverão passar parte das férias no interior do país.
Segundo fonte oficial do partido, Catarina Martins passará férias em Portugal, com a família, no início de agosto, num período que será dividido entre o litoral e o interior do país, "como acontece todos os anos".
Já a deputada do PEV dividirá as suas férias em família entre o sul do país e o Alentejo interior, também em agosto.
A segunda figura do Estado, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, repetirá o modelo de férias que segue "há 40 anos consecutivos", passando a primeira quinzena de agosto em Altura, no Algarve, com a família.
Também o presidente e líder parlamentar do PS, Carlos César, passará uma parte das férias no Algarve e a outra nos Açores -- onde já está -- mas fonte do seu gabinete realça que, mesmo neste período, "só desliga o telemóvel nos aviões".
Também o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, já está férias no sul do país, num período de descanso que durará cerca de três semanas. O líder parlamentar comunista, João Oliveira, repete o seu destino tradicional nesta época e irá para o litoral alentejano "entre Aljezur e a praia da Galé" durante duas a três semanas no próximo mês.
Em matéria de destinos de férias, esquerda e direita têm gostos semelhantes: também a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, irá passar as primeiras semanas de agosto no Algarve com a família, bem como o líder parlamentar democrata-cristão, Nuno Magalhães, que pretende rumar na segunda quinzena de agosto para o sul do país.
Só o presidente do PSD e antigo presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, ficará no norte do país nas suas férias, enquanto o líder parlamentar social-democrata Fernando Negrão planeou uma viagem pelas praias do litoral.
O deputado único do partido Pessoas-Animais-Natureza André Silva volta a ser a exceção às férias 100% nacionais, depois de há dois anos ter rumado à China, Tibete e Nepal.
"Durante grande parte do mês de agosto farei uma viagem independente pelo Cáucaso, essencialmente de comboio, num roteiro auto-organizado, de Istambul a Baku, atravessando Turquia, Curdistão, Geórgia, Arménia e Azerbaijão, com várias incursões a pequenas aldeias, ambientes naturais e mosteiros perdidos no tempo", disse o deputado à Lusa, acrescentando que no regresso ainda prefere passar alguns dias numa das suas praias favoritas situadas no concelho de Aljezur, no Alentejo.
Depois de o parlamento encerrar os trabalhos na quinta-feira, o Presidente da República tem ainda reuniões marcadas com os partidos com representação parlamentar para dias 30 e 31 de julho, no âmbito dos "contactos regulares" que tem mantido com as forças partidárias.