Mulher do primeiro-ministro, Fernanda Gonçalves Tadeu, vai ser a madrinha de batismo do terceiro navio de patrulha oceânica da classe Viana do Castelo.
O novo navio de patrulha oceânica (NPO) da Marinha, que é lançado à água esta sexta-feira em Viana do Castelo, vai entrar em operação sem canhões no convés e com lanchas semi-rígidas temporárias para missões de busca e salvamento.
O porta-voz da Marinha, comandante Pereira da Fonseca, confirmou ao DN que a guarnição do novo navio vai operar com armas pesadas Browning de calibre 12,7 mm em vez dos previstos canhões de 30 mm. Além do sistema de artilharia MARLIN-WS, do fabricante italiano Leonardo, o NPO Sines também ainda não recebeu o sistema eletro-ótico Medusa MK4 (para controlo de tiro e com sensores de vigilância) do mesmo construtor.
A aquisição desses sistemas, para o Sines e para o NPO Setúbal (que a Marinha recebe em janeiro de 2019), foi autorizada em setembro passado pelo ministro da Defesa. O processo foi lançado através da NSPA, a agência especializada da NATO para apoiar os países aliados na escolha e compra de material de guerra, com um custo de 6,5 milhões de euros.
Contudo, "a falta de financiamento" inviabilizou a compra desses sistemas, pelo que a conclusão do processo ainda vai levar alguns meses, admitiu Pereira da Fonseca. Já as lanchas semirígidas colocadas a bordo para operações de busca e salvamento são usadas - pertencem a corvetas - e vão estar em uso até à receção das novas, provavelmente em outubro.
Com uma guarnição de 44 militares, o Sines é o terceiro NPO construído nos estaleiros de Viana do Castelo - os primeiros dois pela empresa pública com o mesmo nome e este pela West Sea - e vai ser lançado à água em cerimónia presidida pelo primeiro-ministro, António Costa - cuja mulher, Fernanda Gonçalves Tadeu, vai ser a madrinha de batismo.
O navio inicia depois um conjunto de testes de mar para os militares detetarem eventuais falhas, a par do plano de treino para a guarnição operar o NPO em segurança, referiu o comandante Pereira da Fonseca. Dentro de algumas semanas seguirá então para a base naval de Lisboa, para novo plano de trieno mais exigente antes de ser empregue em operações.
Uma piloto-aviador naval no comando
O importante para a Marinha é que o Sines foi entregue "dentro dos prazos" - um enorme contraste face ao atraso de anos que marcou a construção dos primeiros dois dessa classe, o Viana do Castelo e o Figueira da Foz.
Sob o comando da capitão-tenente Mónica Martins, a primeira piloto-aviador naval (de helicópteros) a ter essa responsabilidade, o NPO Sines foi construído nos estaleiros da West Sea em Viana do Castelo.
Patrulhões a ver navios nos Estaleiros de Viana
A construção dos dois novos NPO resulta do consórcio entre os estaleiros e a tecnológica portuguesa Edisoft, juntando o setor da construção naval ao conhecimento nas áreas dos sistemas de comando e controlo, disse ao DN fonte oficial da segunda empresa.
"Este consórcio representa a afirmação das indústrias de Defesa" e tem "potencial de retorno ao investimento para o desenvolvimento económico de Portugal", adiantou a fonte da Edisoft - que equipa o NPO Sines com sistemas de Gestão da Plataforma, (ponte, casa das máquinas), de Navegação e Vigilância e Integrador de Informação (administrativo-logística).
Os NPO destinam-se essencialmente a cumprir missões de patrulha, vigilância e socorro, de natureza não combatente, além de prestarem apoio às autoridades civis (fiscalização, inspeção) e policiais - como a PJ ou a Polícia Marítima - sempre que estas o solicitem, embarcando os respetivos agentes.