Regime fiscal dos residentes não habituais é um forte atrativo para a imigração com origem em países da Europa
Um País seguro e vantagens fiscais. São estas as duas razões avançadas pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) para o regresso de estrangeiros residentes em Portugal. Desde 2010, o serviço vinha a registar uma quebra no número de cidadãos estrangeiros residentes, tendência que se inverteu em 2016 com 397, 731 imigrantes com título de residência válido, mais 2,32% do que no ano anterior, segundo o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo do SEF, que será apresentado hoje.
Os imigrantes brasileiros continuam a ser a maior comunidade imigrante em território português, com um total de 81251 cidadãos, ou seja 20% dos imigrantes. Porém, o top 10 das nacionalidades mais representativas sofreu uma alteração com a entrada da França, cuja comunidade registou um aumento superior a 2015 (33%), com 11293 imigrantes legalizados. "Somos muitos mais", disse, por sua vez, Jean Pierre Hougas, presidente da secção do Oeste da União de Franceses no Estrangeiro, uma associação que dá apoio aos recém chegados. "Esse número reflete apenas os que estão inscritos no consulado. Pelas nossas contas, a comunidade francesa ronda as 40 mil pessoas", disse Jean Pierre Hougas, comentando os dados do Serviço de Estranfeiros e Fronteiras.
Outro dado que indicia uma viragem no fluxo migratório para Portugal -tradicionalmente mais virado para África e América do Sul, prende-se também com o aumento da imigração do Reino Unido, que passou a ser a sexta nacionalidade mais relevante (19384), ultrapassando Angola (16994 imigrantes).