A ANA, empresa gere os aeroportos, constatou que num caso só estavam a funcionar dois dos 16 postos de passagem do SEF
Em metade dos dias, desde o início do ano, houve passageiros que aterraram no aeroporto de Lisboa a esperar mais de uma hora no controlo de passaportes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), de acordo com dados da ANA, empresa que gere esta infraestrutura de transporte aéreo. Os números comparativos do primeiro semestre deste ano, a que o DN teve acesso, permitem concluir que a situação está a agravar-se: em 2016 apenas em 9% dos dias houve filas de mais de 60 minutos e em 2015 em 7,2%. Comparando os primeiros seis meses deste ano, com igual período de 2016, o aumento do número de dias a ultrapassar a hora de espera foi de 500%.
As situações de autêntico caos na zona de chegadas do aeroporto Humberto Delgado, já antes noticiadas pelo DN, foram ainda mais notórias no mês de junho, segundo as mesmas estatísticas, com o aumento dos turistas já esperado para o verão. Neste mês, em 14 dias (47%) as esperas foram superiores a uma hora, incluindo sete dias com filas a demorar mais de hora e meia e um caso com mais de duas horas.
Contactada pelo DN, a ANA não quis comentar estas tabelas, que registam os tempos máximos de espera nos postos do SEF, durante os voos da madrugada/manhã, onde se têm ocorrido os maiores problemas. O SEF também não respondeu ao DN. Na verdade, esta monitorização da empresa aeroportuária, confirma, por um lado, que as filas de mais de duas horas são "pontuais" (sete casos desde início do ano), conforme tinha dito o SEF ao DN, mas, por outro lado, demonstra que este serviço de segurança não tinha razão quando garantiu que se "registaram muitos dias em que o tempo de espera foi inferior a 40 minutos".
Os dados da ANA mostram que em 90% dos dias de junho, os passageiros esperaram mais de 40 minutos para passarem o controlo do SEF, com apenas três dias em que essa fasquia não foi ultrapassada. Entre janeiro e junho, apenas houve 35 dias em que essa média foi inferior a 44 minutos, sendo que apenas em oito dias os passageiros esperaram menos de 30 minutos para entrar em Lisboa.