Quatro dos 18 polícias alvo da acusação do MP ainda estão na esquadra de Alfragide. Pediram para sair e aguardam resposta
A Direção Nacional da PSP não tomou ainda qualquer decisão disciplinar em relação aos 18 polícias da esquadra de Alfragide acusados, há 10 dias, por crimes de tortura, sequestro, ofensa à integridade física qualificada - todos agravados por ódio e discriminação racial - contra seis jovens negros do bairro da Cova da Moura, no concelho da Amadora.
A ministra da Administração Interna tinha exigido ao diretor nacional daquela força de segurança que fosse cumprido o regulamento disciplinar, que prevê a suspensão de funções para agentes acusados de crimes com penas superiores a três anos de prisão, como é o caso tendo em conta o cúmulo de penas previstas. Em declarações ao DN, logo no dia seguinte à divulgação da acusação, Constança Urbano de Sousa assinalou que "quando for notificada da decisão de acusação, o que ainda não aconteceu, a PSP aplicará as normas previstas no Regulamento Disciplinar".
A Direção da PSP foi, entretanto, notificada da acusação, remetida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) da Amadora, no dia 10 de julho ao Comando Metropolitano de Lisboa, que tem a jurisdição da Amadora. Confrontado com a ausência de medidas por parte da hierarquia da PSP, o gabinete da titular da pasta da Administração Interna diz que a ministra "não fará qualquer comentário sobre o assunto", mas "mantém a sua posição no sentido de exigir o cumprimento do regulamento disciplinar".