IGAI ainda não está no terreno mas partidos já concordam que técnicos independentes apurem as causas da tragédia
Todos os passos dos bombeiros no combate aos incêndios que deflagraram no sábado em Pedrógão Grande estão registados numa espécie de "caixa negra", semelhante à dos aviões, na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Segundo informações recolhidas pelo DN, o sistema regista a data e hora da ocorrência, assim como as medidas tomadas para reagir à mesma. Também o sistema de comunicações SIRESP contém a opção de gravar todas as comunicações, porém até à hora de fecho desta edição o DN não conseguiu confirmar se tal se encontra ativado.
A análise destes dois elementos pode ser crucial numa eventual investigação, seja ela parlamentar, por uma comissão independente como a proposta pelo PSD e com abertura de outros partidos, ou até mesmo judicial, à resposta dada pelas autoridades ao incêndio de Pedrógão - que matou pelo menos 64 pessoas e feriu 204 - e às decisões tomadas pela cadeia de comando para, por exemplo, fechar a fatídica estrada, onde morreram 47 pessoas. Toda a informação que circulou entre bombeiros e GNR está depositada no tal sistema informático, o qual pode fornecer uma radiografia do que se passou em matéria de coordenação.
Outro elemento importante prende-se com as comunicações feitas através do sistema SIRESP. Se as comunicações entre os vários intervenientes ficaram gravadas, tal poderá fornecer informação sobre a coordenação do dispositivo no terreno, a avaliação feita, assim como eventuais ordens emanadas do comando operacional para os elementos no terreno.