Os Estados Unidos confirmaram este domingo que a Coreia do Norte lhes propôs debater um eventual "tratado de paz" para a península coreana, uma oferta que depressa foi ultrapassada pela recusa de Pyongyang de reduzir o seu arsenal nuclear.
O departamento de Estado reagiu a um artigo 'online' do Wall Street Journal em que se lê, citando responsáveis norte-americanos, que alguns "dias antes do mais recente teste nuclear norte-coreano (06 de janeiro), o Governo Obama deu secretamente o seu acordo a negociações para tentar pôr formalmente fim à Guerra da Coreia", que pôs a Coreia do Sul e a Coreia do Norte, entre 1950 e 1953.
"Para ser claro, foram os norte-coreanos quem propôs discutir um tratado de paz. Nós analisámos atentamente a proposta deles e dissemos claramente que a desnuclearização teria de fazer parte de qualquer negociação", explicou o porta-voz da diplomacia norte-americana, John Kirby, em Amã, aos jornalistas que viajam com o secretário de Estado, John Kerry.
"O Norte rejeitou a nossa resposta", que "era coerente com o nosso objetivo de longa data, de uma desnuclearização", justificou Kirby, sem dizer a quando remontava a proposta norte-coreana.
Segundo o Wall Street Journal, Washington recebeu a proposta de Pyongyang antes do teste nuclear de 06 de janeiro. Os Estados Unidos terão então proposto "que o programa nuclear militar da Coreia do Norte faça parte das discussões".
Ainda de acordo com o diário norte-americano, os Estados Unidos apenas exigiram, portanto, que a redução do arsenal nuclear do regime comunista fosse uma "condição para as negociações".
Esse contacto exploratório, que terá ocorrido nas Nações Unidas, em Nova Iorque -- onde norte-americanos e norte-coreanos costumam falar de maneira informal, na ausência de relações diplomáticas -, rapidamente ficou sem efeito, e Pyongyang procedeu, a 06 de janeiro, ao seu quarto teste nuclear, após os realizados em 2006, 2009 e 2013.