O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, considerou esta segunda-feira, em Bucareste, que o risco de um desmembramento da União Europeia é "real" e apelou à coordenação europeia para impedir a saída do Reino Unido da UE.
"O risco de um rompimento é real porque este processo é realmente muito frágil", afirmou Tusk, sublinhando que "o que se quebra não pode ser reparado" e acrescentando que a UE atravessa um "momento crítico".
Donald Tusk apelou aos países-membros para que "escutem os argumentos dos outros mais do que os próprios" e disse que a UE deve investir na coordenação para dar resposta ao risco de saída do Reino Unido da UE.
Tusk, que visitou várias capitais da UE para defender a sua proposta que visa evitar a saída do Reino Unido da União Europeia ('Brexit'), procurou tranquilizar os europeus preocupados com a vontade do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de limitar os benefícios sociais para os trabalhadores intraeuropeus.
Em reação, o Presidente romeno Klaus Iohannis sublinhou o "respeito pela liberdade de circulação" e o tratamento "não-discriminatório" dos trabalhadores romenos na Grã-Bretanha, onde são cerca de 150.000, segundo a contagem mais recente.
Face à proposta de Tusk, que prevê um "mecanismo de salvaguarda", permitindo a Londres restringir por até quatro anos a ajuda social aos trabalhadores migrantes intraeuropeus, Iohannis apontou várias condições para que a Roménia dê o seu acordo.
"Este mecanismo deve ser não discriminatório, deve ter um caráter excecional e deve ser limitado no tempo. Temos de evitar que estas medidas sejam aplicadas de forma arbitrária (...) e retroativa", afirmou o presidente, manifestando, porém, flexibilidade relativamente a outros pontos da proposta de Tusk, dada a "importância de manter a Grã-Bretanha na União Europeia".