A polícia e a procuradoria inglesa tentaram esconder a homossexualidade de um jiadista britânico, para evitar que fosse morto pelo Estado Islâmico.
Durante o julgamento de três homens que ajudaram o britânico Aseel Muthana a juntar-se às fileiras do autoproclamado Estado Islâmico, as autoridades britânicas consideraram que tinham o dever de garantir os Direitos Humanos do jiadista e, por isso, proibiram a publicação de certos detalhes do julgamento.
Em tribunal, foram divulgadas mensagens privadas entre Muthana e Forhad Rahman, que indicavam que os dois homens manteriam uma relação íntima. Rahman ajudou o jovem (agora com 19 anos) a pagar a viagem que o levou até à Síria.
A linguagem usada nas mensagens privadas mostrava "uma profunda ligação emocional" entre os dois homens, o que poderia levar a que o jiadista fosse assassinado pelo Estado Islâmico, conhecido pelo tratamento violento dado a pessoas suspeitas de serem homossexuais.
"Não sei sabe qual será a reação do Estado Islâmico se tomar conhecimento das conversas nas redes sociais entre o senhor Muthana e os réus deste caso. Não será provável que Muthana tenha oportunidade para se defender da mesma forma que teria neste tribunal", foi dito numa das sessões pré-julgamento, que a imprensa britânica divulga esta quinta-feira.
"Ele tem direito à vida e a polícia e nós ainda temos o dever de zelar por ele", afirmou o responsável pela polícia de Gales do Sul, Nikki Holland.
Muthana juntou-se, em 2014, ao irmão num esquadrão da morte do Estado Islâmico, que foi filmado a decapitar soldados sírios no deserto.