Cinemateca Portuguesa arrisca fechar já em Setembro
A Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, corre o risco de fechar «se não houver uma injeção de dinheiro» em breve por parte da secretaria de Estado da Cultura, disse à agência Lusa a diretora, Maria João Seixas.
«Precisamos de uma decisão até ao final do mês», alertou a diretora, sublinhando que em causa está a salvaguarda do património do cinema português, nos arquivos em Bucelas (Loures), os salários de 71 trabalhadores, a programação e restantes atividades de funcionamento do Museu do Cinema.
O orçamento da Cinemateca não depende diretamente do Orçamento Geral do Estado, mas provém da cobrança da taxa de quatro por cento de exibição de publicidade nas televisões, cujas receitas são repartidas entre aquele organismo (20 por cento) e o Instituto do Cinema e Audiovisual (80 por cento).
Como a exibição de publicidade tem sofrido uma quebra acentuada nos canais de televisão por conta da crise económica e da retração do setor, tal reflete-se no orçamento da Cinemateca.
Contactada pela agência Lusa, a secretaria de Estado da Cultura remeteu explicações para esta quarta-feira.
Sem especificar quanto dinheiro é preciso para evitar o fecho da Cinemateca, Maria João Seixas manifestou-se sobretudo preocupada com o património fílmico, que poderá ficar em risco com a ausência de verbas.