Piromancia - prever o futuro com o fogo
PREVER O FUTURO COM O FOGO
Os seres humanos sempre consideraram o fogo uma coisa extraordinária, tendo sido atribuídas muitas conotações míticas e místicas. Segundo a maioria das mitologias, o fogo era um presente dos deuses ao homem, e o relâmpago - a seta do fogo - era a arma dos primeiros. Paralelamente, mediante sacrifícios e incenso, o fogo servia de canal de comunicação com os deuses.
Existem vários métodos de prever o futuro que estão associados ao próprio fogo (em oposição às previsões nos relâmpagos, ou numa infusão que vai fervendo no lume, ou ainda em objectos derretidos no fogo). Apesar dos nomes serem diferentes, existe uma grande semelhança pela piromancia e terminando com a licnomancia.
A piromancia, é um método muito antigo de predizer o futuro, foi muito difundido na Grécia e em Roma. O método consistia em atear fogo a um altar, ou outro lugar sagrado, e ver as chamas. O futuro era previsto de acordo com o respectivo formato e direcção esquerda ou direita.
Os princípios básicos da previsão eram os seguintes:
Se a chama fosse para esquerda, era um bom sinal.
Se a chama fosse para a direita, era um mau sinal.
Uma chama brilhante, alta e sem fumo era um bom sinal.
Uma chama «turva», baixa e com fumo era um mau sinal.
O fogo que ardesse rapidamente e cujas chamas fossem para cima era um bom sinal.
Um fogo que ardesse lentamente e cujas chamas «rastejassem» era um mau sinal.
Este método de predizer o futuro era comum em muitos lugares e a diferença entre eles era o combustível utilizado. Na maioria dos lugares, utilizavam-se ramos de árvores sagrados (oliveira, carvalho, loureiro, entre outras), bem como incenso.
Um método muito semelhante à piromancia era a botanomancia, no qual folhas, ramos ou outros objectos eram deitados no fogo e o futuro era previsto através dos estalidos ou do fumo que deles era emitido. Neste método também se utilizavam muito os ramos e as folhas das árvores sagradas, sobretudo do loureiro (um método chamado dafnomancia) ou os ossos secos de pássaros sagrados.
Algumas pessoas, principalmente nos lugares onde era costume fazer ofertas sacrificiais queimadas em altares (incenso, alimentos ou animais), preferiam predizer o futuro interpretando o fumo que provinha do altar. Este método chamava-se capnomancia. Os princípios básicos são os seguintes:
O fumo que se eleva numa coluna estreita é bom sinal.
O fumo que se espalha em vez de subir é um mau sinal.
O fumo que rodopia á medida que sobre é um mau sinal.
Quando se tinha de prever o futuro de uma determinada pessoa, ou examinar o respectivo estado de saúde, costumavam-se tirar fios de cabelo ou raspas de unha, queima-los, e analisar o fumo. De igual modo, também se podia cheirar o fumo; consoante o odor, determinava-se o futuro e o estado de saúde. (Este método estava muito difundido no Oriente).
Os vestígios deste método ainda existem actualmente na igreja católica: Quando um papa está a ser eleito, se sai fumo da Capela Sistina no Vaticano - «fumo preto» durante as deliberações e eleições e «fumo branco» para informar as pessoas que a escolha foi feita.
Outro método que se baseia no formato das chamas, chama-se lampadomancia, um método que analisava o comportamento das chamas numa tocha ou lamparina.
Quando a chama tinha uma ponta nítida, era um bom sinal.
Quando a chama tinha duas pontas separadas, era um mau sinal.
Quando a chama tinha três pontas, era um bom sinal.
Quando a chama se queimava dos lados, era um sinal de problemas de saúde.
Quando a chama se apagava repentinamente (sem primeiro se queimar), era sinal de morte próxima.
A leitura usando um método semelhante ao da lampadomancia é hoje muito utilizada para previsões através do comportamento dos fumos dos incensos.