Uma família cigana pretende avançar com uma ação em tribunal contra o autarca de Cabeça Gorda (Beja) por alegadamente ter impedido o velório e o enterro de um familiar na aldeia, indicou esta sexta-feira a Associação de Mediadores Ciganos.
Através da ação, a família quer que o presidente da Junta de Freguesia de Cabeça Gorda, Álvaro Nobre, eleito pela CDU, seja "punido" pela decisão "muito grave" que tomou e que situação semelhante não se repita, disse à agência Lusa o presidente da Associação de Mediadores Ciganos de Portugal, Prudêncio Canhoto.
"A família quer punir o presidente por aquilo que fez, que foi muito grave e não se faz", afirmou o também mediador cigano na Câmara de Beja, referindo tratar-se de um "ato de discriminação racial" de uma pessoa por ser de etnia cigana.
De acordo com Prudêncio Canhoto, a família vai avançar com a ação, mas primeiro, e por razões financeiras, tem de pedir apoio judiciário à Segurança Social para lhe nomear um advogado e pagar os respetivos honorários.