Grupo da investigadora portuguesa descobriu o sensor do parasita que lhe permite detetar o nível de nutrientes no hospedeiro, o que abre a porta ao desenvolvimento de novos fármacos
Uma diminuição em 30% da ingestão de nutrientes reduz a taxa de replicação do parasita da malária no sangue do hospedeiro e pode ser a diferença entre a vida e morte no caso de uma infeção de malária. A conclusão, e também a descoberta de como o parasita da malária faz este reconhecimento, é o resultado de um trabalho da equipa de Maria Mota no Instituto de Medicina Molecular (IMM), da Universidade de Lisboa, e abre portas ao desenvolvimento de novas estratégias e de novos fármacos para combater a doença.
O estudo, publicado hoje na revista Nature, é "o primeiro a mostrar que o parasita da malária tem um mecanismo, uma espécie de antena, para detetar e quantificar o nível de calorias no hospedeiro, o que lhe permite adaptar-se, replicando-se menos numa situação em que há menos nutrientes", explicou Maria Mota ao DN.
O estudo foi feito em ratinhos e os investigadores verificaram que o grupo animais que ingeriu 30% menos calorias em relação a outro que recebeu a ração habitual tinha uma quantidade muito menor de parasitas da malária no sangue.