Gestores da rede de emergência dizem que Proteção Civil não pediu "em tempo útil" estações móveis (que estavam ambas na oficina)
Os relatórios que o governo tem revelado sobre o que levou à morte de 64 pessoas, com mais de 250 feridos, no incêndio de Pedrógão Grande, demonstram uma situação de guerra aberta entre a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e a gestão do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que cabe à secretaria-geral do Ministério da Administração Interna (SG-MAI).
Depois de a Proteção Civil ter enviado ao primeiro-ministro, a 22 de junho, um relatório dando conta de várias falhas no SIRESP - desde as 19.45 do dia em que começou o incêndio, 17, até ao dia 20 -, a entidade operadora do sistema respondeu dizendo que "a informação apresentada permite concluir que não houve interrupção no funcionamento da rede SIRESP nem houve nenhuma estação-base que tenha ficado fora de serviço em consequência do incêndio".
A informação consta num "relatório de desempenho" ontem divulgado no portal online do governo. O documento indica que das 16 estações-base que cobrem a zona do fogo, cinco entraram "em modo local em virtude da destruição pelo incêndio dos cabos de fibra ótica e outras da rede de telecomunicações que asseguram contratualmente a interligação ao resto da rede"