Polémica. Grupo de docentes critica prova "ardilosa". Sociedades de Física e Química não concordam. Mas admitem queda da média
O exame de Física e Química A do 11.º ano, realizado no dia 21, está a gerar polémica, depois de um grupo de professores ter tomado posição através das redes sociais, criticando a forma "artística" e "ardilosa" com que a prova terá sido concebida e considerando que esta "induz os alunos em erro". As sociedades portuguesas de Física (SPF) e Química (SPQ) mantêm que o exame está alinhado com as metas e programas mas admitem que dificilmente se repetirá a média de 11,1 valores dos alunos internos na 1.ª fase dos exames de 2016.
A "tomada de posição", reproduzida em vários blogues de educação, é assinada apenas por um "grupo de professores". Mas as questões que suscita, admitiu ao DN Conceição Abreu, presidente da SPF, estão a ser acompanhadas por muitos outros docentes. "Os professores resolveram as provas com os alunos, com certeza. E esta reação deve ter em conta aquilo que os alunos conseguiram resolver. É generalizado", acrescentou. "Temos de reconhecer que não são dois nem três. Há uma certa revolta", disse, admitindo por isso que os resultados dos alunos poderão refletir estas reações. "Às vezes os alunos surpreendem-nos", ressalvou.
As próprias sociedades de Física e Química são visadas na tomada de posição, por não terem apontado falhas nos pareceres que elaboraram sobre a prova. Mas Conceição Abreu defendeu que a SPF se limitou a fazer uma apreciação genérica do teste. "O nosso parecer foi de normalidade. E há normalidade só que com um certo grau de exigência de que não se estava à espera."