Antigo vice-presidente do Sporting condenado por dois crimes de peculato, por uso indevido de dinheiro e bens do clube, e por denúncia caluniosa agravada do árbitro auxiliar José Cardinal
Paulo Pereira Cristóvão foi hoje condenado a quatro anos e meio de prisão com pena suspensa por dois crimes de peculato, por uso indevido do dinheiro e bens do Sporting. O antigo vice-presidente do clube de Alvalade e ex-inspetor da Polícia Judiciária foi ainda condenado por denúncia caluniosa agravada do árbitro auxiliar José Cardinal, ao qual terá de pagar 40 mil euros por danos patrimoniais.
O antigo vice-presidente do Sporting foi ainda condenado ao pagamento de indemnizações de 500 euros a cada um dos 35 árbitros que se constituíram assistentes no processo, o que perfaz um total de 17.500 euros.
O antigo dirigente do Sporting na direção de Godinho Lopes, que fica ainda impedido de exercer a atividade de dirigente desportivo durante três anos, foi absolvido dos crimes de burla e branqueamento de capitais.
À pena vão ser descontados os 15 meses já cumpridos em prisão preventiva.
No âmbito do processo conhecido por Caso Cardinal, Paulo Pereira Cristóvão era acusado de um crime de burla qualificada, outro de branqueamento de capitais, dois de peculato, mais um de devassa por meio informático, um de acesso ilegítimo e, por fim, um de denúncia caluniosa agravada.
Leitura da sentença do caso Cardinal adiada para 27 de maio
Nas alegações finais, a 25 de janeiro, Paulo Farinha Alves, o advogado do antigo vice-presidente do Sporting, pediu a absolvição de todos os crimes.
Na parte do processo que dá nome ao caso e que se relaciona com um depósito de 2.000 euros na conta do árbitro assistente José Cardinal, para posteriormente o acusar de suborno, o advogado Paulo Farinha Alves entendia que o seu cliente deveria ser ilibado.
De acordo com a acusação, Paulo Pereira Cristóvão teria pedido ao seu colaborador Rui Martins para ir ao Funchal efetuar um depósito de 2.000 euros na conta de Cardinal, para posteriormente o acusar de ter sido subornado antes de um jogo entre o Sporting e o Marítimo.
Paulo Pereira Cristóvão era também acusado de ter criado uma lista com dados pessoais de árbitros, 33 dos quais reclamavam o pagamento de indemnizações cíveis, por se sentirem intimidados com a divulgação da mesma. O tribunal decidiu que o antigo dirigente leonino terá de pagar a cada um deles 500 euros.
O processo, que começou a ser julgado a 8 de abril de 2015, tinha também como arguido Vítor Viegas - acusado de crimes de burla, branqueamento de capitais e devassa por meio informático - que foi absolvido.
Num outro processo, Pereira Cristóvão está acusado de acusado da autoria moral de dois dos sete assaltos que o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) imputa a um grupo criminoso. A acusação envolve 18 arguidos, entre eles o antigo dirigente leonino e o líder da Juve Leo, Nuno Vieira Mendes.