Paulo Portas não revelou ainda o que vai fazer após deixar a liderança do CDS-PP. Mas o antigo vice-primeiro-ministro tem sido disputado por duas televisões, a TVI e a SIC, para o papel de comentador.
No final do ano passado, comunicou aos dirigentes que não seria recandidato à liderança do CDS-PP, que ocupa desde 1998, apenas com os dois anos de interregno em que Ribeiro e Castro foi líder.
Fora do Governo e fora da presidência centrista, Paulo Portas, que há duas décadas trocou o jornalismo pela vida partidária, poderá regressar à Comunicação Social como comentador.
Em 1995, deixou a Direção do "Independente" e iniciou a sua carreira política, cujo ponto mais alto foi o de vice-primeiro-ministro de Pedro Passos Coelho. Um cargo que conseguiu após o polémico episódio da "demissão revogável". Em 2013, Portas decidiu bater com a porta perante a escolha de Maria Luís Albuquerque para as Finanças. Mas voltou atrás. E foi promovido a vice-primeiro-ministro.
Agora, poderá seguir as pisadas de Marcelo Rebelo de Sousa, que ganhou popularidade com os comentários de domingo na TVI e cuja presença habitual nesta televisão generalista foi fundamental para ser eleito, à primeira volta, presidente da República.
Quando, no ano passado, Marcelo cessou a sua aparição na TVI, a Direção da SIC decidiu mudar os comentários de Luís Marques Mendes, outro ex-líder do PSD, do jornal de sábado para o de domingo.
Em 16 anos de liderança, Portas conseguiu levar o CDS para o Governo: com Durão Barroso, Santana Lopes e com Passos Coelho. E conseguiu aumentar o número de deputados. Inicialmente conhecido como "o partido do táxi", tem atualmente 18 deputados. Anteontem à noite, disse terminar as suas funções "com sentimento de dever cumprido e cabeça levantada".