O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu, segunda-feira, que "os dias da imigração ilegal para a Europa terminaram", depois de fazer uma declaração em Bruxelas sobre as migrações com os chefes de Estado e de Governo dos 28.
Os dirigentes europeus, que voltarão a reunir-se na próxima semana, aceitaram trabalhar sobre as propostas que lhes foram apresentadas pela Turquia, que condicionam a cooperação com a UE à aceleração da liberalização dos vistos e ao reforço dos meios financeiros para apoiar os mais de dois milhões de refugiados acolhidos no país.
"A União Europeia ajudará a Grécia a pôr em marcha operações de retorno em grande escala de imigrantes para a Turquia", declarou Tusk numa conferência de imprensa, em Bruxelas.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou que a "arquitetura" do entendimento entre a União Europeia e a Turquia, uma vez finalizado, permitirá dar "uma resposta mais efetiva" à crise migratória e de refugiados, em diferentes níveis.
"Conclui-se as bases de um entendimento e o presidente do Conselho foi mandatado para fazer ajustamento do texto. São matérias juridicamente sensíveis, com impactos financeiros relevantes, e portanto é necessário fazer o desenho final, mas sobre a arquitetura da solução foi encontrado um acordo muito importante", apontou, no final de uma cimeira concluída já na madrugada de hoje.
António Costa sublinhou que o acordo "assegura que a Grécia não fica um país isolado entre a fronteira turca e dos países vizinhos que lhe estão fechadas" e que há uma "resposta humanitária ao nível dos valores europeus para todos os que carecem de proteção internacional".
"Obtivemos da parte da Turquia, pela primeira vez, disponibilidade para acolher aqueles que, partindo da Turquia, não têm estatuto de refugiados e portanto podem regressar, e uma solução onde as diferentes entidades colaboram de uma forma ativa para assegurar a proteção a quem merece, para gerir de uma forma responsável a fronteira externa e para assegurar a abertura das fronteiras internas da UE", prosseguiu, apontando a importância de se bloquear a rota dos Balcãs de tráfico de seres humanos.