O PSD e o CDS consideram que a forma como foi feita a nomeação do novo presidente do Centro Cultural de Belém, Elísio Summavielle, concretizada pelo Ministério da Cultura na segunda-feira, foi "prepotente" e "anormal".
O gestor António Lamas, no CCB desde 2014, teve a exoneração confirmada oficialmente na segunda-feira à noite, e o Ministério da Cultura anunciou para o seu lugar o nome de Elísio Summavielle, um dos atuais adjuntos do ministro da Cultura, João Soares.
"Tem havido uma pressão prévia junto da imprensa, onde são anunciadas pré-substituições de determinados cargos, e este da cultura é paradigmático, porque antes da audição parlamentar do ministro da Cultura, houve uma entrevista em que assumia uma necessidade urgente de substituição da administração do CCB", comentou o deputado sobre o caso.
Para Sérgio Azevedo, "há uma certa arrogância e prepotência" na forma como são feitas pelo PS as substituições nos organismos públicos, o que é visto "com alguma preocupação pelo PSD".
O responsável pela área da cultura no Grupo Parlamentar do PSD disse que o partido tem as maiores reservas quanto às alterações que têm sido feitas em organismos públicos: "Já tivemos alterações significativas no Instituo da Segurança Social, no Instituto do Emprego, houve pressões para a demissão do presidente do Banco de Portugal, e agora temos este caso da cultura".
Quanto à nomeação de Elísio Summavielle, Sérgio Azevedo considerou-a uma "substituição por uma pessoa de confiança", por ter já trabalhado como assessor de João Soares na Câmara Municipal Lisboa.
Na mesma linha, o deputado do CDS, Helder Amaral, considerou "anormal" e "pouco correta do ponto de vista institucional" a forma como António Lamas foi afastado do cargo: "Não nos parece normal e correto que uma demissão seja feita com recados e via imprensa".