Os pais da criança de cinco anos, de nacionalidade chinesa, que faleceu na semana passada na sequência de uma queda de um 21.º andar numa torre do Parque das Nações, em Lisboa, estiveram a jogar três horas no Casino de Lisboa.
De acordo com uma nota da Procuradoria Geral Distrital de Lisboa, os pais deixaram a menina a dormir em casa, na Torre de São Rafael, na Expo, pelas 00.03 horas, já na madrugada da passada sexta-feira. A criança ficou sozinha mas acordou. Dirigiu-se à varanda e acabou por cair de uma altura de 80 metros.
Pais da criança morta após queda de 21.º andar proibidos de sair do país
Os pais estão indiciados por crime de exposição ou abandono, agravado pela morte da vítima, punível com pena de prisão entre três e 10 anos. O juiz de instrução criminal e o Ministério Público consideram que os progenitores violaram o dever de vigiar a filha.
Por isso, foram constituídos arguidos e estão proibidos de sair de Portugal, tendo sido sujeitos às obrigações de entrega dos passaportes e de apresentações semanais às autoridades. O pai é um alto quadro de uma instituição bancária na China. O casal está em Portugal ao abrigo do programa dos "vistos gold", tendo adquirido a sua casa, na Expo, por quantia superior a 500 mil euros.
A PSP recebeu o alerta às 3.27 horas da madrugada de sexta-feira. O corpo da criança foi recolhido pelas 6.45 horas e transportado para o Instituto de Medicina Legal.
A menina estava sozinha em casa. Os pais deram pela falta da filha quando regressaram. Ao entrar no apartamento, não encontraram a filha e viram uma janela aberta. Espreitaram para baixo e descobriram o corpo da filha, sem vida. A menor caiu numa parte lateral do prédio, no interior do condomínio, ao lado do Centro Comercial Vasco da Gama.
Foram detidos pela Polícia Judiciária de Lisboa, cujos inspetores averiguaram as circunstâncias da morte da criança chinesa e levaram os pais ao juiz de instrução.