Atum fresco, cação, espadarte, maruca, pata roxa, peixes-espada e tintureira são espécies pouco recomendadas para população mais vulnerável, revela estudo.
As grávidas, mulheres a amamentar e crianças pequenas devem evitar pescado com elevado teor de mercúrio, como atum fresco, cação, espadarte, maruca, pata roxa, peixes-espada e tintureira, porque tem riscos associados ao desenvolvimento cognitivo. As conclusões são do Grupo de Trabalho promovido pela Direção Geral da Alimentação e Veterinária para elaborar recomendações sobre o consumo de pescado.
O grupo, constituído pela Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, a Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, analisou diversa informação, incluindo dados relativos ao teor de mercúrio (contaminante presente na natureza) detetado em amostras de controlo oficial e de diferentes estudos científicos.
Concluiu que não há preocupação de segurança para a população em geral, recomendando o consumo de pescado (peixe, moluscos e crustáceos) quatro a sete vezes por semana. Já os grupos vulneráveis, nomeadamente as grávidas, mulheres a amamentar e crianças até aos 10 anos, deverão procurar espécies com menor teor de mercúrio e consumir entre três a quatro vezes por semana.
A sardinha e cavala são apontadas como opções a privilegiar, uma vez que têm menos mercúrio e contêm maior teor de ácidos gordos ómega-3, que contribuem para um melhor desenvolvimento cognitivo nas crianças e na prevenção de doença cardiovascular nos adultos. Espécies como abrótea, atum em conserva, bacalhau, cantarilho, carapau, chicharro, choco, corvina, dourada, faneca, garoupa, linguado, lula, perca, pescada, polvo, pota, pregado, raia, "redfish", robalo, rodovalho, salmão, salmonete, sarda, sargo, solha, tamboril e truta também são boas opções, pois têm, geralmente, valores baixos de mercúrio.
O estudo foi publicado na revista científica sobre nutrição "British Journal of Nutrition" e as conclusões são apresentadas publicamente esta terça-feira, no Auditório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, em Lisboa