O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse esta sexta-feira que solicitou a ajuda do homólogo chinês, Xi Jinping, no processo de devolução de crianças ucranianas deportadas pela Rússia, cujo número é estimado por Kiev em cerca de 20 mil.
"Enderecei este pedido ao presidente chinês. Temos que envolver diferentes países para pressionar o agressor e terrorista russo, que sequestrou tantos dos nossos filhos", disse Zelensky durante uma conferência de imprensa em Kiev.
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"É realmente difícil de fazer", disse Zelensky, frisando aos jornalistas que a ONU e outros atores internacionais estão a tentar "fazer alguma coisa" para resolver este problema, embora "por enquanto, os resultados sejam fracos".
Kiev estima que pelo menos 19.400 crianças foram sequestradas e levadas para a Rússia ou territórios ucranianos ocupados desde o início da invasão da Ucrânia e que muitas foram colocadas em lares adotivos, às vezes a vários milhares de quilómetros das suas casas.
Mais de 360 crianças foram recuperadas pelas autoridades ucranianas, segundo dados oficiais.
Devido às deportações, em março o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o Presidente russo, Vladimir Putin, e para Maria Lvova-Belova, comissária russa para crianças.
O promotor do TPI, Karim Khan, que investiga possíveis crimes de guerra ou crimes contra a humanidade cometidos durante a ofensiva russa há mais de um ano, disse à France Presse que o número de supostas deportações de crianças ucranianas para a Rússia ou territórios que ela controla "chegou aos milhares".
Zelensky também disse hoje que alertou Pequim durante a sua conversa com Xi para uma possível venda de armas chinesas à Rússia.
"A Ucrânia gostaria que todos os países entendessem os riscos de fornecer qualquer tipo de armamento à Rússia", observou, afirmando ter "ouvido uma resposta positiva" do Presidente chinês sobre este assunto.