O IVA zero chegou esta terça-feira a muitos supermercados. Cartazes colados nas portas de entrada ou pendurados pelos corredores, e etiquetas a assinalar a diferença de preço em cada produto são algumas estratégias para atrair a atenção do consumidor. O cabaz de 46 produtos essenciais que estão abrangidos pela medida aprovada pelo Parlamento é, para muitos, uma "fantochada".
Procurar os preços mais baixos e comparar o valor dos produtos tem sido uma prática comum para muitos portugueses na hora de fazer escolhas para casa. Esta terça-feira, muitas foram as pessoas que, na cidade do Porto, se dirigiram aos supermercados para mais um dia de compras. Nem tudo estava igual. Após ter sido aprovada pelo Parlamento, a medida que coloca 46 bens essenciais com IVA zero foi esta terça-feira posta em prática pelos supermercados.
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"Vim buscar algumas coisas que precisava para hoje e realmente notei, por exemplo, que o atum estava mais barato", garante Fernanda Mateus que foi ao Lidl, em Vila Nova de Gaia, fazer as suas compras diárias. À semelhança de Fernanda, a maioria das pessoas com quem o JN falou não foi aos supermercados à procura dos produtos a IVA zero. Até porque, a maior parte não vê benefícios nesta medida. "No fundo, pouca diferença se nota. Há algumas promoções que faziam e que agora com o IVA zero não fazem", sublinha Maria Vieira, à porta de um dos Continentes da cidade do Porto. Ana Ribeiro que foi à procura de preços mais baixos, realça que mesmo com esta medida "ainda são muito altos e não compensam".
Há ainda quem considere que "o IVA zero é uma fantochada", como refere Luzia Soares, acabada de sair do Mercadona, no Porto. Acrescenta ainda que a lista deveria incluir "praticamente todos os bens alimentares". Apesar da maioria das pessoas não encontrar benefícios, há quem ache que dada a situação atual do país, é "mais do que necessário", afirma Carla Magalhães.
Reforço de equipas
O IVA zero entrou esta terça-feira em vigor e muitas lojas já têm a informação dos produtos, que estão abrangidos por esta medida, como é o caso do Lidl, do Continente e do Mercadona. Para além de avisos afixados nas portas e pendurados nos corredores das lojas, há a indicação nas etiquetas de cada produto. O Continente optou por assinalar nas etiquetas o preço com IVA e o preço sem IVA, podendo desta forma dar ao cliente uma comparação entre os preços.
Nas 300 lojas da marca Continente em todo o país foram centenas as pessoas que trabalharam na atualização dos preços, afirma André Geraldes, diretor de loja do Continente. Acrescenta ainda que "foi um processo complexo, que envolveu muitas equipas" e para o qual foi necessário "um planeamento muito detalhado".
Embora tenham começado a traçar um plano desde o momento em que a medida foi anunciada, a última madrugada contou com um reforço de equipas. "Tivemos equipas a partir da meia-noite até às oito da manhã, para que todo o processo decorresse de forma normal e para que o cliente não sentisse e para que conseguíssemos concluir o processo todo direito", explica André Geraldes. Adianta ainda que "foram mais de 6 mil artigos no conjunto de todas as insígnias Continente que foi necessário alterar".
O diretor de loja garante que irão apoiar novas medidas como esta que surjam por parte do Governo, sendo que "o objetivo do Continente é continuar a ajudar as famílias"