Os serviços de informação dos EUA expressaram dúvidas sobre as vantagens de uma eventual contra-ofensiva ucraniana, admitindo que tal cenário poderá apenas permitir "modestos ganhos territoriais", segundo um documento classificado tornado público e citado, esta terça-feira, pelo "The Washington Post".
O documento em questão consta entre os vários documentos norte-americanos classificados que foram divulgados na Internet, segundo relatou na passada quinta-feira o jornal "The New York Times".
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Entre esses documentos, um faz o balanço do conflito na Ucrânia no início de março, outros evocam a situação em frentes específicas, como Bakhmut, ou as cruciais defesas antiaéreas de Kiev.
Uma vasta contra-ofensiva ucraniana contra as tropas russas é esperada na primavera que agora começou, embora haja informações contraditórias.
A Ucrânia disse ter formado brigadas de assalto e armazenado munições, enquanto se esforça para poupar as suas tropas e extenuar as forças russas, antes dessa eventual ofensiva.
Contudo, as robustas defesas russas e "as contínuas deficiências ucranianas em treino e as reservas de munições provavelmente prejudicarão qualquer progresso e aumentarão as baixas durante a ofensiva", refere o documento dos serviços secretos norte-americanos citado pelo jornal The Washington Post.
Um outro documento que foi alvo de fuga afirma que o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, ordenou a produção de 40.000 foguetes para serem entregues à Rússia, alertando as autoridades para manter tal projeto em segredo "para evitar problemas com o Ocidente".
Os Estados Unidos negam esta informação, alegando que "não há indícios de que tal projeto tenha sido realizado", segundo um alto funcionário do Governo norte-americano.
"O Egito é um parceiro próximo e temos discussões regulares com os seus líderes sobre uma ampla gama de questões regionais e globais", disse a mesma fonte.
Também hoje uma fonte oficial egípcia negou as informações do jornal norte-americano The Washington Post.
"O que o jornal publicou é uma frivolidade informativa que não é verdadeira", disse a fonte oficial, segundo a televisão egípcia Al Qahera News e o diário estatal Al Ahram.
A mesma fonte disse que "o Egito segue uma política equilibrada com todas as partes internacionais, cujos princípios são a paz, estabilidade e desenvolvimento".
Um conjunto de fotografias e de documentos classificados foi revelado sucessivamente, nos últimos dias, nas redes sociais Twitter, Telegram, Discord e em outras plataformas.
O Pentágono (Departamento de Defesa norte-americano) já admitiu que esta fuga de documentos representa um risco "muito sério" para a segurança nacional dos EUA.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que abriu uma investigação no sábado, está a tentar identificar a fonte da fuga e está a examinar a validade dos documentos divulgados.