O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (S.TO.P.) convocou quatro dias de greve, entre 24 e 28 de abril, contra o novo regime de concursos e para voltar a insistir na recuperação de todo o tempo de serviço.
A paralisação não está integrada na greve por tempo indeterminado, que se prolonga desde dezembro e que o sindicato decidiu terminar no final desta semana.
RELACIONADOS
Presidente da República. Marcelo aguarda respostas do Governo a dúvidas sobre diploma dos professores
Educação. Professor entra em greve de fome com recado para Marcelo
Educação. Educadores de infância e professores de 1.º Ciclo vão ter isenção a partir dos 60 anos
"Ficou decidido, com as comissões de greve, suspender [a greve por tempo indeterminado] a 16 de abril, mas também ficaram em aberto, porque as negociações continuam, novas formas de luta que fossem necessárias", explicou hoje à Lusa Carla Piedade, da direção do S.TO.P.
A nova greve está associada à manifestação convocada pelo S.TO.P. para o dia 25 de abril, em Lisboa.
"Os profissionais continuam a demonstrar o seu empenho por esta luta pela defesa da escola pública, contra o regime de concursos e pela devolução do tempo de serviço, que ainda não aconteceu", disse a dirigente sindical.
O regime de gestão e recrutamento de docentes foi aprovado em março, após vários meses de negociação sem acordo, estando agora a decorrer o processo negocial com o Ministério da Educação sobre a correção de assimetrias decorrentes do congelamento da carreira.
As medidas propostas pelo executivo têm impacto na progressão na carreira dos professores em funções desde 30 de agosto de 2005, ou seja, que passaram pelos dois períodos de congelamento do tempo de serviço, mas são consideradas insuficientes pelas organizações sindicais, que não abdicam dos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo de serviço por recuperar.
"A greve está sempre em cima da mesa. O S.TO.P. mantém total disponibilidade para a negociação com o Ministério da Educação, mas não abdica, nem pode abdicar, de manter a luta, que continua há meses, tendo em conta a falta de soluções para as nossas reivindicações", insistiu Carla Piedade.