A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, anunciou hoje que as autoridades belgas pediram o levantamento da imunidade parlamentar dos eurodeputados Andrea Cozzolino e Marc Tarabella, no âmbito da investigação ao escândalo de corrupção conhecido como Catargate.
"Recebi pedidos das autoridades competentes da Bélgica para o levantamento das imunidades parlamentares de Andrea Cozzolino e de Marc Tarabella", anunciou Roberta Metsola no início da sessão de hoje do Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França).
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A presidente do parlamento acrescentou que os pedidos foram referenciados à Comissão de Assuntos Jurídicos para deliberação.
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No discurso de abertura da sessão em Estrasburgo, Roberta Metsola, que está a cumprir o primeiro ano de mandato, disse que o PE não é "uma torre de marfim imaginária".
A instituição, segundo frisou, "orgulha-se da sua abertura", mas tem de trabalhar para "aumentar a integridade, independência e responsabilidade" perante os concidadãos que elegeram os 705 deputados.
Roberta Metsola prometeu uma ação rápida e exemplar para reformar o parlamento e impedir "qualquer abuso" no futuro, "protegendo a liberdade" dos mandatos conferidos aos eurodeputados.
"Não vamos diminuí-los", reforçou.
A presidente lembrou que a eleição de um novo vice-presidente do Parlamento Europeu (o quinto em 14 vice-presidentes segundo a ordem estipulada) vai realizar-se na próxima quarta-feira, na sequência da saída da Eva Kaili por causa do Catargate.
O italiano Andrea Cozzolino e o belga Marc Tarabella fazem parte do grupo dos Socialistas & Democratas (S&D) e já estão suspensos.
Este procedimento é lançado no quadro da investigação da Justiça belga a alegadas ofertas do Qatar e de Marrocos a eurodeputados e assistentes de grupos do PE para influenciar decisões em Bruxelas, um escândalo conhecido como Catargate.
Sob a acusação de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, a polícia belga deteve vários suspeitos em 09 de dezembro, entre eles a então vice-presidente do PE Eva Kaili, entretanto destituída do cargo e retirada dos S&D, e agora eurodeputada não-inscrita.
Também detidos foram o companheiro de Kaili, Francesco Giorgi - antigo assistente de Cozzolino -, e o ex-eurodeputado italiano Pier Antonio Panzeri, numa operação que resultou na apreensão de malas de dinheiro com um total de 1,5 milhões de euros.