A ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, disse, esta sexta-feira, não estar preocupada com as recentes demissões no Governo, nomeadamente a do ministro das Infraestruturas e Habitação, sublinhando que tal "não vai melindrar a estabilidade" no seu ministério.
"Não estou preocupada com isso e acredito que não vai melindrar a estabilidade", declarou, reforçando: "Estamos muito concentrados, temos metas muito precisas na área da Ciência e do Ensino Superior, e estamos a trabalhar para isso."
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Elvira Fortunato falava à margem e uma reunião com a equipa reitoral da Universidade da Madeira, no Funchal.
A governante não quis comentar em concreto as mais recentes demissões no Governo socialista, optando por destacar o "sucesso excelente" obtido nas áreas tuteladas pelo seu ministério.
"Batemos vários recordes no ano de 2022, temos o número maior de alunos inscritos no Ensino Superior, cerca de 433 mil, aumentamos como nunca se aumentou a ação social para os alunos bolseiros, temos um aumento para 2023 de 70%, e conseguimos este ano bater um recorde relativamente à despesa feita pela Fundação para a Ciência e Tecnologia", disse.
"Estamos a trabalhar na área do Ensino Superior, estamos a trabalhar na área da Ciência, e este ano foi extremamente bom face a tudo aquilo que foi feito", reforçou.
Na quarta-feira à noite, o ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, demitiu-se para "assumir a responsabilidade política" do caso da indemnização de 500 mil euros da TAP à ex-secretária de Estado do Tesouro.
Esta foi a terceira demissão do Governo em dois dias, depois de Alexandra Reis, da pasta do Tesouro, no centro da polémica com a indemnização, e do secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Santos Mendes, que acompanhou a decisão de Pedro Nuno Santos.
A decisão de indemnizar Alexandra Reis foi criticada por toda a oposição e posta em causa até pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ao dizer que seria "bonito" prescindir da verba.
A Iniciativa Liberal já anunciou uma moção de censura ao Governo, no parlamento, onde o PS tem maioria absoluta.