Pilotos das Forças Armadas ao serviço dos privados no combate às chamas, alguns sem autorização para o fazer. Salários rondam os 13 mil euros mensais.
Todos os anos, vários pilotos do Exército, Força Aérea Portuguesa (FAP) e Marinha pedem licenças ilimitadas sem vencimento ou férias para poder tripular as aeronaves de combate a fogos rurais contratadas pelo Estado aos privados. Os quase 13 mil euros mensais de salário são o principal motivo para estes efetivos das Forças Armadas, que auferem nos seus ramos quase sete vezes menos. Alguns nem se ausentam do trabalho e mantêm a atividade no setor privado em dias de folga.
Apesar de este cenário ser proibido pelo Estatuto dos Militares das Forças Armadas - que considera incompatível a acumulação de funções no privado -, há muito que as regras têm sido contornadas com a autorização dos respetivos chefes de Estado-Maior. Num dos casos, uma só empresa de meios aéreos contratada pelo Estado chegou a ter, até há pouco tempo, cerca de 15 pilotos militares dos quadros permanentes à frente das suas aeronaves.