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Autor Tópico: PPE não quer abdicar da presidência da Comissão  (Lida 269 vezes)

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Offline Nelito

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PPE não quer abdicar da presidência da Comissão
« em: 01 de Julho de 2019, 06:56 »

O Partido Popular Europeu (PPE) não está preparado para abdicar da presidência da Comissão Europeia, confirmou o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, revelando "uma grande oposição" dos líderes daquela família política ao acordo negociado em Osaka.

A cimeira extraordinária destinada a desbloquear o impasse nas negociações para as nomeações dos lugares institucionais de topo europeus começou com cerca de três horas de atraso, após várias reuniões de última hora entre os líderes dos 28.

Agendada para as 18 horas de Bruxelas (17 horas em Portugal continental), a reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo começou às 21.23 horas locais, segundo informou Preben Aamann, o porta-voz do presidente do Conselho Europeu, na sua conta na rede social Twitter.

O primeiro-ministro irlandês foi o mais taxativo dos líderes conservadores à chegada para a reunião extraordinária dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE), demonstrando-se contrário à proposta desenhada nos últimos dias por Alemanha, França, Espanha e Holanda na cidade japonesa de Osaka, onde a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Emmanuel Macron, o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, e o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, participaram na cimeira do G20.

Penso que temos uma noite longa à nossa frente

"Enquanto PPE, não concordámos com o 'pacote' que foi negociado em Osaka. Penso que é correto dizer que há uma grande oposição a essa proposta do ponto de vista do PPE. A grande maioria dos primeiros-ministros da nossa família não acredita que devamos abdicar da presidência da Comissão tão facilmente, sem luta", declarou Leo Varadkar.

Perante o impasse nas negociações entre as três grandes políticas famílias europeias - Partido Popular Europeu (PPE), Socialistas Europeus e Liberais -, Merkel terá deixado cair o "seu" candidato, o conservador alemão Manfred Weber, aceitando apoiar o holandês Frans Timmermans, o candidato principal dos socialistas, para salvar o modelo dos "Spitzenkandidaten", inaugurado em 2014, com a nomeação de Jean-Claude Juncker.

Varadkar vincou ainda que muitos países da Europa Central e de Leste são "realmente contra" a nomeação de Frans Timmermans, por considerarem que "as divisões entre Ocidente e Leste" seriam aprofundadas pelo atual primeiro vice-presidente do executivo comunitário e o "rosto" de Bruxelas nos "braços de ferro" com Polónia e Hungria devido às alegadas violações ao Estado de direito nestes dois Estados-membros.

É melhor tomarmos a decisão certa do que tomar uma decisão rápida

"Penso que temos uma noite longa à nossa frente e não é certo que teremos uma solução. É melhor tomarmos a decisão certa do que tomar uma decisão rápida", concluiu o 'Taoiseach', também ele apontado como um hipotético candidato aos cargos de topo da UE.

O primeiro-ministro croata, Andrej Plenkovic, foi mais crítico e, numa sucinta declaração em inglês, disse apenas que o PPE tem uma posição unificada sobre a presidência do executivo comunitário.

Entre os líderes conservadores que se pronunciaram contra o denominado acordo de Osaka, estavam ainda o primeiro-ministro búlgaro, Boyko Borissov, e o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán.

Se os líderes pertencentes ao PPE, à exceção de Merkel, votarem contra a nomeação de Timmermans, o socialista holandês não chegará à presidência da Comissão, uma vez que aquela família política tem oito representantes no Conselho e força de bloqueio.

Para chegar à presidência do executivo, Timmermans precisa do voto favorável de uma maioria qualificada reforçada no Conselho (pelo menos 21 Estados-membros e 65% da população da UE).

Após a cimeira inconclusiva de 20 de junho passado - que terminou já na madrugada de 21 -, os chefes de Estado e de Governo da União Europeia voltam a reunir-se este domingo em Bruxelas, em cima do prazo limite para tentar encontrar um compromisso, uma vez que na terça-feira tem início, em Estrasburgo, França, a sessão inaugural da nova legislatura do Parlamento Europeu (PE), na qual será eleito o presidente da assembleia, um dos lugares de topo negociados "em pacote".

Além da presidência do executivo comunitário - o posto que todos querem, e pelo qual estão dispostos a "abrir mão" dos restantes -estão em jogo as presidências do Conselho Europeu, do Banco Central Europeu e de Alto Representante para a Política Externa, assim como a presidência do Parlamento Europeu, já que, embora esta seja decidida pelos eurodeputados, é tradicionalmente também negociada "em pacote", de modo a serem respeitados os necessários equilíbrios (partidários, geográficos, demográficos e de género) na distribuição dos postos.
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