Rui Rio saiu vencedor do Conselho Nacional do PSD que, esta sexta-feira à noite, no Porto, aprovou uma moção de confiança ao líder, depois de este ter sido desafiado por Luís Montenegro.
Com 60% dos votos dos conselheiros nacionais a seu favor (75 votos a favor, 50 contra e um nulo) e após uma reunião com cerca de dez horas, Rui Rio pediu "tranquilidade" para que o PSD vença as eleições.
"Neste momento, já é claro que o PS pode perder as eleições. Metade está feito. Não é claro que o PSD as possa ganhar. Temos de construir a possibilidade de o PSD ganhar", considerou já cerca das 4 horas desta sexta-feira. A resposta ao repto poderá ser conhecida, esta sexta-feira, às 12 horas, quando Luís Montenegro falar aos jornalistas.
O líder do partido instou ainda os opositores a que "todos remem no mesmo sentido" e garantiu que vai continuar o rumo traçado até agora, já que a politica do "bota abaixo" não é o seu estilo. Salientou ainda que o resultado desta noite foi superior ao resultado obtido nas diretas que o elegeram.
O Conselho Nacional do PSD, que começou cerca das 17 horas de quinta-feira, foi uma maratona em que a principal discussão consistiu no método de voto da moção de confiança. Braço no ar ou voto secreto? Acabou por ser Rio, já depois de terminadas as dezenas de intervenções na sessão de trabalho, a dizer que preferia que o voto fosse secreto.
Este método foi pedido inicialmente por um grupo de 15 conselheiros, liderados por Pedro Pinto, e teve o parecer favorável do conselho de jurisdição, primeiro, e do próprio Rui Rio, depois. Acabou por ser decidido por larga maioria dos conselheiros, que o aprovaram de braço no ar.
Uma das caras da oposição a Rio, Hugo Soares, enalteceu a tomada de posição contrariada de Rui Rio sobre a questão do voto, mas criticou tê-lo feito apenas no final dos trabalhos. Outro opositor, Pedro Pinto, lamentou a lentidão do processo.
"Apresentei o requerimento [de voto secreto] às 5 da tarde. É às três da manhã que isto se decide! Se o PSD decidir a esta velocidade, as coisas vão ser difíceis", disse, para logo depois acrescentar: "Depois desta grande discussão, o partido vai sair melhor".