Os medicamentos inovadores adicionaram dois milhões de anos de vida saudável aos portugueses e evitaram mais de 110 mil mortes desde 1990, segundo um estudo divulgado esta terça-feira.
Um estudo realizado por uma consultora para a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma) analisou o impacto humano, social e económico dos novos fármacos em oito doenças, traduziu-o em euros e concluiu que os benefícios foram muito superiores à despesa total com medicamentos do país.
Só em 2016, demonstra a avaliação, os medicamentos inovadores adicionaram 180 mil anos de vida saudável a Portugal, avaliados entre cinco a sete mil milhões de euros, quase metade da despesa farmacêutica total anual em Portugal (3,8 mil milhões de euros)".
O estudo "O valor do medicamento em Portugal", elaborado para a Apifarma com a colaboração de consultores da "McKinsey & Company", é apresentado esta manhã de terça-feira no Centro de Congressos da Junqueira, em Lisboa.
A análise centra-se em oito doenças - VIH/Sida, esquizofrenia, artrite reumatóide, diabetes, cancro do pulmão, insuficiência cardíaca crónica, cancro colo-retal, doença pulmonar obstrutiva crónica - que afetam aproximadamente 20% da população e cujos tratamentos, em determinada altura, sofreram avanços significativos.
Globalmente, do ponto de vista humano, os resultados mostram que os novos fármacos trouxeram dois milhões de anos de vida saudável, menos 110 mil mortes, um aumento da esperança de vida até dez anos desde 1990, além de melhor qualidade de vida para os doentes e cuidadores "com efeitos secundários reduzidos e opções de tratamento mais convenientes".
Do ponto de vista social, os fármacos inovadores permitiram manter os doentes a trabalhar e a gerar rendimento para as famílias (avaliado em 280 milhões de euros anuais). E pouparam mais de 560 milhões de euros/ ano ao sistema de saúde, na medida em que evitaram internamentos hospitalares e outras despesas de saúde associadas.