O jornalista português Fernando Cruz Gomes, de 78 anos, morreu na sexta-feira, revelou este domingo uma fonte próxima da família.
Segunda a mesma fonte, "a morte ocorreu na sequência de uma queda na sua residência", localizada na baixa de Toronto, Canadá, por volta das 20 horas locais (01 horas de Lisboa).
Natural de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, Cruz Gomes foi reconhecido em 2014 com a Ordem do Infante D. Henrique.
Fernando Cruz Gomes passou cerca de 25 anos da sua vida em Angola, emigrando para o Canadá em 1975. Foi correspondente da Lusa entre 1985 a 2005.
Deu os primeiros passos em 1959 como estagiário no "Primeiro de Janeiro" do Porto, seguindo pouco tempo depois para Angola, onde residiu durante 25 anos, desempenhando funções em diversos meios de comunicação, jornais e rádios, como o "ABC Diário de Angola", a "Rádio Eclésia", no diário de Luanda "O Comércio", "A Província de Angola" (hoje Jornal de Angola), no "rádio Clube de Benguela" e na "Emissora Oficial de Angola".
Durante um mês acompanhou sozinho os combates entre o exército português e as guerrilhas angolanas no teatro das operações. Só depois do primeiro mês de luta começaram a surgir outros elementos ligados à Comunicação Social.
Foi ainda presidente da secção de Angola do Sindicato Nacional de Jornalistas e vogal na Assembleia Legislativa do Estado Português (sistema corporativo de então) e representou os trabalhadores na Organização Internacional do Trabalho (OIT), sessão que, durante cerca de três meses, se realizou em Genebra.
Após a chegada ao Canadá, em 1975, fundou alguns jornais, colaborando também com alguns canais de televisão locais. Nos últimos anos de vida, Fernando Cruz Gomes era o diretor do jornal semanal ABC e editor e repórter na CIRV Rádio e na FPTV.