Preço da gasolina deve aumentar 1 cêntimo por litro a partir de segunda-feira, enquanto o gasóleo deve descer meio cêntimo, segundo fontes do mercado petrolífero.
Após algumas semanas de baixa, os preços da gasolina voltam a aumentar pela segunda semana consecutiva. De acordo com a Comissão Europeia, o preço da gasolina estava em 1,585 euros por litro na semana iniciada no dia 30 de junho. Com a alta prevista de 1 cêntimo, o preço saltará para 1,595 euros, valor muito aproximado aos 1,599 euros praticado no início de junho. Ou seja, as baixas registadas entre os dias 4 de junho e 2 de julho já foram quase anuladas.
No início do ano, o preço da gasolina estava nos 1,510 euros por litro. Passados sete meses, encher um depósito de 50 litros custará, a partir da próxima segunda-feira, mais 4,25 euros do que na semana iniciada a 1 de janeiro deste ano. No caso do gasóleo, e já projetando a baixa da próxima segunda-feira, para 1,353 euros, o custo final de um depósito deverá ficar mais caro 1,6 euros relativamente ao primeiro dia do ano.
Os motivos da alta da gasolina não se prendem, desta vez, tanto com a alta do petróleo, que até registou quebras na reta final desta semana, mas mais com o aumento das reservas de petróleo nos EUA e também com a subida de produção por parte dos países da OPEP, com destaque para a Arábia Saudita, e também pela Rússia.
Em Portugal, a alta carga fiscal continua a contribuir para manter o nível de preços elevado. O Parlamento chegou quase a votar a anulação do chamado adicional ao Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP), criado em 2016, quando os preços do petróleo estavam tão baixos que a receita cobrada nos combustíveis (ISP+IVA) estava a cair de forma abrupta. Os preços recuperaram, mas o adicional ao ISP, que vale cerca de seis cêntimos no diesel e quatro cêntimos na gasolina, ficou cristalizado nas faturas de combustível.
Deste modo, o Parlamento foi de férias, no dia 18 de julho, sem aliviar as famílias do peso do ISP. BE e PCP juntaram-se ao PS e chumbaram o projeto de lei do CDS-PP e as propostas de alteração do PSD. Segundo a proposta de alteração dos sociais-democratas ao projeto centrista, o excesso de receita de IVA que está a ser arrecadado este ano, face ao previsto no Orçamento de 2018, seria devolvido aos contribuintes através de uma redução de montante global equivalente no ISP. A alteração do PSD previa ainda que a neutralidade fiscal fosse trimestralmente verificada. Motivo do chumbo pelos partidos de Esquerda: quer as propostas do CDS-PP quer as do PSD são inconstitucionais, pois levam a uma perda de receita do Orçamento do Estado de 474 milhões de euros.