Os chefes de equipa de Ginecologia/Obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra ameaçam demitir-se dentro de quinze dias, caso não sejam resolvidos problemas como a falta de médicos na urgência.
Numa carta enviada esta quarta feira ao Conselho de Administração, a que o JN teve acesso, afirmam que "a política de recursos humanos, ou a sua ausência, não procedendo à contratação de médicos mais jovens que rejuvenesçam as equipas, cada vez mais envelhecidas, e compensem as saídas que, pelos mais diversos motivos, se têm verificado, tem levado a uma delapidação progressiva dos médicos que as integram". Acrescentam que as atuais condições de assistência do hospital, "ultrapassaram, em várias das suas vertentes, os limites mínimos de segurança aceitáveis para o tratamento dos doentes críticos que diariamente a ele recorrem". E exigem "a contratação imediata dos jovens especialistas de Ginecologia/ Obstetrícia" formados naquela instituição.
De acordo com o secretário -geral do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, "há mais de seis meses que os médicos têm vindo a alertar o Conselho de Administração e a Direção Clínica do hospital para este problema". Segundo este dirigente sindical, "também os internos desta especialidade já assinaram uma minuta em que dão conta de que se recusarão a fazer mais do que as 200 horas de urgência por ano a que estão obrigados".
Fonte do hospital avançou ao JN que "o Conselho de Administração está em diligências junto da tutela para a contratação de mais obstetras", confirmou ainda a entrega da carta e garantiu que "a Administração vai reunir com os médicos".
Entretanto, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, garante que esta situação "é transversal a muitos hospitais do país" e que "em qualquer altura podem aparecer mais demissões".