Três secretários de Estado exonerados na sequência do caso das viagens pagas pela Galp. Outros se seguirão, por outras razões
A remodelação de secretários de Estado hoje iniciada, com três demissões, não vai ficar por aqui. Outras se seguirão, nos próximos dias. Estarão em causa, segundo o DN soube junto de fonte do gabinete do primeiro-ministro, secretários de Estado que já tinham pedido para sair, por razões pessoais ou profissionais.
No entanto, quanto a ministros, nada. Estão todos de pedra e cal, mesmo aqueles que nas últimas semanas têm estado debaixo de fogo: a ministra da Administração Interna, Constança Urbana de Sousa, por causa do incêndio de Pedrógão; e o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, devido ao desaparecimento de material militar de Tancos.
Num ação previamente combinada com o primeiro-ministro, Fernando Rocha Andrade (Assuntos Fiscais), João Vasconcelos (Indústria) e Jorge Costa Oliveira (Internacionalização) enviaram uma nota à Lusa explicando porque haviam pedido ao primeiro-ministro para serem exonerados. Fizeram-no depois de solicitarem ao Ministério Público para serem constituídos arguidos na investigação das viagens a França durante o Euro 2016 (os três foram ver jogos da seleção portuguesa a convite e com tudo pago pela Galp). Objetivo: poderem "provar no decorrer do referido inquérito" que "os seus comportamentos não configuram qualquer ilícito". Por entenderem que "nas atuais circunstâncias não poderão continuar a dar o seu melhor contributo ao governo" e por pretenderem "que o executivo não seja prejudicado, na sua ação, por esta circunstância", os três pediram a exoneração.