Augusto Santos Silva, chefe do governo em exercício, diz que Constança Urbano de Sousa está a dar "a lição de não fugir às responsabilidades"
O ministro que está a chefiar o governo entende que a sua colega da Administração Interna não está "refém" do que possa vir a ser concluído pela comissão independente de peritos que foi aprovada pela Assembleia da República. Augusto Santos Silva faz grandes elogios a Constança Urbano de Sousa, que considera estar "a dar uma lição a toda a gente por não fugir às responsabilidades". Explicando o que entende por não fugir às responsabilidades, defende que isso implica "contribuir para que tudo se apure", mas também nesta fase crítica dos fogos "contribuir para que o sistema de proteção das populações e dos bens funcione".
Santos Silva chega a utilizar "linguagem militar" para defender a ministra da Administração Interna, a quem elogia por "da maneira mais exigente, que é justamente permanecer no posto de comando, fazer o que alguém nesse posto tem de fazer nestas circunstâncias". Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, todos os ministros estão na "mesma posição transitória ou precária" porque "dependem sempre da avaliação do primeiro-ministro".
Sobre as conclusões que o governo possa vir a apresentar, mesmo antes da comissão independente começar a funcionar, o ministro socorre-se de um provérbio bem português que "se aplica que nem uma luva a estas circunstâncias". Para Santos Silva, o governo é "preso por ter cão e preso por não ter", porque "ao princípio criticava-se a possibilidade de o governo esconder informação. O governo nunca escondeu a informação, pelo contrário, tem usado uma política de total abertura da informação: recebe respostas, publica-as imediatamente". E por isso acusa: "Passou imediatamente a ser acusado de intoxicar com informação a mais."