Poder político e chefias do Exército sob fogo no dia em que o assalto aos paióis de Tancos dominou Conselho Superior do ramo.
O Exército vai voltar a aplicar normas de segurança dos anos 1980, pelo menos em torno dos paióis de Tancos, onde quarta-feira se descobriu que tinha sido roubado material de guerra, disse ontem um oficial do ramo ao DN, que citava o chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), general Rovisco Duarte, durante a reunião de ontem à tarde, oficialmente já agendada do Conselho Superior do ramo, que juntou uma centena de militares (entre generais e coronéis com funções de comando e direção). Ao fim do dia chegou a mensagem da NATO que afirma estar "consciente do roubo" numa unidade que "não é uma instalação NATO" e que "conta com as autoridades portuguesas para investigarem o que aconteceu".
Fontes ouvidas sob anonimato pelo DN garantiram que a reunião do Conselho decorreu num ambiente calmo e "sem qualquer acaloramento", embora outro oficial tenha adiantado que os oficiais presentes apresentavam "um ar carregado". A reunião durou cerca de duas horas e meia e pelo menos dois coronéis questionaram o CEME sobre o tema de Tancos - um dos quais para saber como interpretar as orientações de reforço da segurança dadas por Rovisco Duarte.
Uma das fontes questionadas disse ao DN: "Debateram-se ideias", em particular sobre a área da segurança, sendo avançadas propostas como juntar "mais dois militares" às secções (com uma dezena de efetivos) que fazem as rondas, criar uma "força de reforço" num dos regimentos da zona para acudir em caso de necessidade e fazer que as rondas dos regimentos patrulhem também a área dos paióis.