Conselho Superior do Exército reúne hoje para discutir caso, em ambiente de tensão. Marcelo pediu ontem que "se investigue tudo"
A gestão política - quer as palavras do ministro, quer o silêncio do primeiro-ministro - do caso do roubo de material militar dos Paióis Nacionais de Tancos está a ser mal recebida por altas patentes do Exército. Fontes ouvidas pelo DN classificam como "despropositadas" algumas intervenções de Azeredo Lopes e contam que a exoneração dos cinco comandantes, das unidades com ligação direta aos paióis, está a ser lida como uma imposição da tutela ao chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) para evitar, no imediato, consequências políticas para o próprio ministro. Um gesto que, sabe o DN, não foi nada bem recebido pelas chefias militares.
Para esta tarde está marcada uma reunião do Conselho Superior do Exército, o órgão máximo de consulta daquele ramo das Forças Armadas, onde têm assento o CEME, o vice-CEME e todos os generais de três estrelas do Exército. A reunião acontece em ambiente de tensão e alguma incompreensão pela gestão política que o governo tem vindo a fazer deste caso.
Certo é que o CEME, general Rovisco Duarte, disse domingo à RTP que não pensou em colocar o cargo à disposição. E o DN sabe que a tutela, enquanto espera pelo debate político - o CDS anunciou ontem ao final do dia que vai ser recebido hoje pelo Presidente da República para expor a "quebra grave da confiança nas instituições do Estado" que resultou dos casos de Tancos e de Pedrógão Grande - no Parlamento, vai continuar a aguardar pelos resultados dos inquéritos.