Em caso de atentado ou acidente grave numa destas infraestruturas pode ser "o caos", alerta Paulo Rodrigues, da ASPP/PSP
"O aeroporto de Lisboa é uma das infraestruturas críticas onde o SIRESP falha muito. O Meo Arena é outra. São zonas-sombra em que não temos qualquer segurança de que as comunicações vão funcionar", alertou ontem, em declarações ao DN, Paulo Rodrigues, presidente da maior associação sindical da polícia (ASPP/PSP) e elemento do Corpo de Intervenção. Na listagem de locais em Lisboa onde o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) não funciona, Paulo Rodrigues inclui ainda os centros comerciais Colombo e Vasco da Gama. Já na zona oeste, "Vila Franca de Xira e Torres Vedras são também zonas-sombra, com falhas de cobertura".
Perante os cenários hipotéticos de um atentado terrorista no aeroporto ou no Meo Arena, ou de um acidente muito grave numa destas infraestruturas, pode-se esperar "o caos" nas comunicações entre polícias, bombeiros, Proteção Civil e emergência médica, alertou.
Num incidente tático policial, como um atentado, e depois do alerta para o 112, "o comandante da Proteção Civil passa a chefiar as operações e depois há um representante de cada força no terreno, sempre com a ligação entre todas as entidades". As comunicações devem funcionar bem por uma "lógica de atuação" que está prevista, como explicou Paulo Rodrigues. "Entrou uma equipa, teve de atirar sobre dois ou três suspeitos, é logo enviada outra equipa para fazer a "limpeza" a nível policial e ver se há granadas ou algum terrorista vivo. E depois entra logo o INEM para ir resgatar vítimas e assim sucessivamente. É esta a lógica." Com o SIRESP a falhar, pode ficar comprometida a segurança dos operacionais e dos civis. "Não é de agora que se sabe destes problemas. Eu sei que isto pode criar um certo alarmismo mas infelizmente parece que se está à espera de acontecer as catástrofes para se dizer que já se sabia. Começa a ser triste esta forma de atuação", frisa.