O SIRESP respondeu ao pedido do Governo e garante que "não houve interrupção no funcionamento da rede em consequência do incêndio" de Pedrógão Grande.
COMANDANTE DOS BOMBEIROS DE PEDRÓGÃO GARANTE QUE "HOUVE FALHAS" NO SIRESP
No "relatório de desempenho da rede SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) no incêndio de Pedrógão Grande" divulgado esta terça-feira à tarde no Portal do Governo a empresa admite que das 16 estações bases que cobriam a zona do fogo, cinco entraram em "modo local" porque os cabos de fibra ótica arderam.
Contudo, a SIRESP garante que, mesmo em modo local, as comunicações eram possíveis - isto porque utilizam a tecnologia TETRA, que permite que quando uma estação base perde a interligação com as restantes, os terminais próximos comuniquem entre si "em modo direto". Por isso, conclui a empresa, "a rede SIRESP funcionou de acordo com a arquitetura que foi desenhada".
No período crítico do incêndio, entre as 19 horas do dia 17 e as 9 horas do dia 18, foram processadas mais de 100 mil chamadas através de 1092 terminais e, em cinco dias de fogo, 3301 terminais processaram mais de um milhão e 100 mil chamadas, alega a empresa, acrescentando que estes números demonstram que o desempenho do SIRESP "correspondeu e esteve à altura da complexidade do teatro das operações, assegurando as comunicações e a interoperabilidade das forças de emergência e segurança".
A empresa - que tem estado sob polémica, com a própria Autoridade Nacional de Proteção Civil a apontar-lhe várias falhas - reconhece, contudo, que houve "situações de saturação na rede", ainda que não "significativas". E deixa um conjunto de recomendações ao Governo: avaliar a relação custo/benefício da instalação de transmissão redundante; reduzir o número de grupos de conversação nos teatros de operações, evitar chamadas privadas em situações de emergência; e haver maior disciplina nas comunicações.