Com um longo historial de incêndios e mais de 120% do território fustigado pelos fogos nas últimas décadas, o concelho de Mação desenvolveu um conceito de reordenamento do território florestal e deu armas de defesa e combate às aldeias.
Em declarações à Lusa, António Louro, coordenador da Proteção Civil Municipal, disse que Mação fez distribuir dezenas de motobombas por todas as aldeias do concelho, "para um primeiro combate enquanto os bombeiros não chegam", e criou o sistema McFire, ferramenta informática que permite levar a informação sobre a zona de combate para o posto de comando e monitorizar o desenvolvimento do fogo em tempo real.
Com mais de uma centena de pequenos aglomerados populacionais espalhados pelos 41 mil hectares do território de Mação, essencialmente florestal, o objetivo da distribuição de motobombas é "dar alguma capacidade de autoproteção às populações das aldeias mais isoladas", tendo a autarquia promovido ainda a criação de grupos de autodefesa.
"O descontrolo de qualquer incêndio nascente representa um significativo perigo para as populações e seus bens, sendo que, em 2003, foram muitas as situações em que os incêndios florestais atingiram as áreas limítrofes e até o interior de aglomerados populacionais, tendo-se verificado, inclusivamente, situações de várias aldeias estarem a ser atingidas pelo fogo e sem a presença de viaturas de bombeiros", observou António Louro.