É conhecido como "o milionário" e vive há 16 anos no campo de refugiados de Kakuma, no Quénia. Mesfin Getahun criou um negócio de venda de produtos e faz mais de nove mil euros por mês.
Já lá vão 16 anos desde que Mesfin Getahun chegou ao Quénia. O refugiado etíope deslocou-se para o país vizinho devido à instabilidade política que abalava o seu país, conforme conta o "The Guardian".
O homem de 42 anos deslocou-se da Etiópia em 2001. Quando chegou, começou por fazer as limpezas de um café gerido por refugiados, onde ganhava menos de nove euros por mês. Atualmente, os rendimentos do etíope ultrapassam os nove mil euros mensais, motivo pelo qual acabou por ganhar a alcunha de "milionário".
"Fui guardando o dinheiro [que ganhava]. E depois usei essas poupanças para fazer pão. Comprei um pouco de farinha de trigo e comecei a vender pão", explicou o refugiado ao "The Guardian".
Mesfin Getahun geriu a sua padaria durante uns anos, antes de abrir uma loja para vender mais produtos. O jornal britânico descreve a loja como um negócio "baseado em confiança, amizade e caridade".
Getahun reconheceu nos 200 mil refugiados do campo de Kakuma um potencial público-alvo. Isto porque os habitantes estão dependentes de negócios geridos por outros refugiados para aceder a certos bens e serviços que não são disponibilizados por ajuda internacional, como conservas, champô, roupa, entre outros.
Há pouco tempo, recebeu notícias que poderão a vir alterar de forma colossal a sua vida: Mesfin, a sua mulher e os dois filhos foram selecionados para serem deslocados para os Estados Unidos da América. Aquela que será uma grande novidade ganha contornos de incerteza: devido ao seu estatuto de refugiado, Mesfin Getahun enfrenta dificuldades em recolher os seus bens e transferi-los para o estrangeiro.
Nesse sentido, apresentou o seu caso à Organização Internacional para as Migrações (OIM), bem como à Embaixada Norte-americana no Quénia, mas explica que recebeu pouca ajuda.