O primeiro-ministro considera que a comunidade portuguesa residente no Qatar, composta sobretudo por "quadros qualificados", representa a imagem de um país moderno e com potencialidades económicas que transcendem o seu mercado interno de 10 milhões de habitantes.
Esta é uma das ideias transmitidas por António Costa em entrevistas aos jornais "Gulf Times" e "Qatar Tribune", que serão publicadas na segunda-feira - dia em que o líder do executivo português inicia uma visita oficial de 24 horas ao Qatar, que inclui um encontro com o emir, Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, no trono desde 2013.
Esta comunidade portuguesa é a imagem de um país moderno, virado para as novas tecnologias e orientado para o futuro
Nas duas entrevistas, o primeiro-ministro refere-se aos cerca de 1500 portugueses residentes no Qatar, na sua maioria jovens, que exercem funções de gestão ou estão em empresas ligadas a novas tecnologias.
"Além do diálogo político, gostaria nesta visita de elevar os laços bilaterais económicos e culturais. Na segunda-feira [ao fim da tarde], terei um encontro com a comunidade portuguesa residente no Qatar, que é composta por profissionais qualificados e que estão integrados em diferentes áreas, dando um contributo para a economia deste país. Esta comunidade portuguesa é a imagem de um país moderno, virado para as novas tecnologias e orientado para o futuro", afirma António Costa ao "Qatar Tribune".
Na estratégia para captar investimento externo, António Costa apresenta aos dois jornais Portugal como um país que pode ser uma plataforma para empresas do Qatar operarem simultaneamente em mercados como a União Europeia, Brasil e países africanos de expressão portuguesa.
Não oferecemos apenas um mercado interno de dez milhões de habitantes, porque estamos inseridos no maior mercado do mundo, o da UE
"Portugal é um país de economia aberta, as nossas condições para atrair investimento externo são competitivas e não oferecemos apenas um mercado interno de dez milhões de habitantes, porque estamos inseridos no maior mercado do mundo, o da União Europeia. Estamos ainda prontos para cooperar com o Qatar em regiões como o Brasil e países africanos de expressão portuguesa, com quem temos laços históricos seculares e uma presença económica consolidada, tendo como base um conhecimento profundo desses países", acentua.
Nas duas entrevistas, o primeiro-ministro também destaca a visita que a meio da tarde de segunda-feira fará à Fundação Qatar, liderada por uma das irmãs do emir, a sheika Hindt Al-Thani - encontro que acontecerá logo após uma audiência com a mulher que é considerada a mais poderosa deste país do Médio Oriente, a sheika Mozah Al Missned, a mãe do emir.
"Na Fundação do Qatar farei um discurso com particular incidência no valor estratégico da comunidade de países de língua portuguesa e sobre as potencialidades económicas que esse fator linguístico apresenta. Congratulamo-nos com o papel desenvolvido pela Fundação Qatar na promoção da língua portuguesa", acrescenta.
O encontro com a comunidade portuguesa será o último ponto do programa do primeiro-ministro em Doha, que acontecerá logo depois de participar na cerimónia do Dia da Língua Portuguesa na Universidade Hamad Bin Khalifa e que terá intervenções dos embaixadores no Qatar de Portugal, António Tânger, e do Brasil, João Carlos Belloc.