O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse, sábado, em Pombal, que o Governo tem o país adiado e que há uma "diferença enorme" entre aquilo que o executivo liderado por António Costa diz e o que faz.
"Vai realmente uma diferença enorme entre aquilo que se diz e aquilo que se faz. Diz quem está no Governo que precisamos de um modelo económico assente não em baixos salários, mas em valor acrescentado. Mas nunca tivemos tantos portugueses trabalhadores a ganhar o salário mínimo nacional", afirmou Passos Coelho.
O líder social-democrata assumiu que o país está "melhor" por ter "mais gente com emprego, mesmo que possa ser com o salário mínimo nacional", mas recusou a promoção de políticas "que convidem as empresas a contratar pelo mais baixo preço".
No discurso perante cerca de mil militantes e simpatizantes social-democratas, números da organização, no jantar comemorativo dos 43 anos do PSD que decorreu em Pombal, distrito de Leiria, Passos Coelho disse que o país devia estar a investir no futuro mas, ao invés, o PS está a ver se ganha as próximas eleições autárquicas, recusando dar para o "peditório do unanimismo de que está tudo bem, porque não está".
Passos Coelho considerou uma "indignidade" o discurso do Governo em redor da questão dos precários do Estado ou das carreiras contributivas mais longas: "Fazem-no em público, como se estivessem a fazer um leilão a pensar nas eleições. De cada vez que se pronunciam, é para poder dizer que vão dar mais a uma fatia mais alargada de pessoas, o tempo vai passando e nada acontece", acusou o líder do PSD.
A esse propósito, Passos Coelho exemplificou, também, com os lesados do Banco Espírito Santo (BES), criticando o Governo por não conseguir resolver a questão.
"Não há maneira de a solução que engendraram funcionar. Tinham-na prometido até maio do ano passado, depois era até junho, depois era até julho, já estamos outra vez em maio, passou um ano, já viram a solução a funcionar?", questionou.
E os trabalhadores precários, adiantou, "deverão conhecer uma lei a apresentar na Assembleia da República em 2018. Presume-se que ainda antes das eleições legislativas em 2019 haja algumas novidades, mas desde o ano passado que só se fala nisso. Aonde está a seriedade na forma como se tratam os assuntos e como se governa? Nós não identificamos essa seriedade na maneira de governar", disse Passos Coelho.
Durante a sessão de hoje, foram apresentados os candidatos do PSD às 16 autarquias de Leiria, distrito onde os social-democratas lideram nove municípios.