SAD considera incompreensível que recursos não tenham sido analisados
O Boavista emitiu um comunicado a considerar «incompreensível e inexplicável» o facto de o Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol não ter tomado qualquer decisão relativamente aos recursos apresentados pela SAD axadrezada tendo em conta os castigos de quatro jogos aplicados a Henrique, Idris e Bukia, na sequência de incidentes ocorridos no recente jogo frente ao Vitória de Guimarães.
Comunicado na íntegra:
Vem a Boavista FC, Futebol, SAD, para os devidos efeitos, e tendo em atenção a confirmação de que não foram na reunião de ontem decididos pelo Pleno do Conselho de Disciplina da FPF, como era expectável, os recursos desta SAD referentes aos castigos aplicados aos jogadores Henrique, Idris e Bukia, comunicar o seguinte:
1. Considera esta SAD incompreensível e inexplicável que os recursos que apresentou, não obstante várias reuniões entretanto havidas pelo órgão competente, não tenham sido decididos em tempo útil, ou seja, antes que os jogadores tenham cumprido o castigo de 4 jogos de suspensão que lhes foram aplicados.
2. Recordamos que o CD foi muito célere a aplicar os castigos (5 dias úteis), tal como foi esta SAD ainda mais muito célere a promover os respetivos recursos (3 dias úteis, apesar de não lhe terem sido fornecidos atempadamente como requereu os vários relatórios do jogo), não se compreendendo então como não foram até agora decididos os recursos de processos que, dado terem originado os aludidos castigos, seguramente já eram do pleno conhecimento, tal como a factualidade respetiva, do CD.
3. Pensamos que não é assim que se defende nem a imagem do futebol nacional, nem a tão ansiada e tantas vezes proclamada verdade desportiva, até porque, em nosso entender (e esse um dos argumentos dos recursos), houve dualidade de critérios relativamente a outras suspensões, designadamente num caso recente de agressão consumada que mereceu suspensão para o seu autor em 3 jogos, enquanto que nos casos em apreço a suspensão, e logo para 3 jogadores de uma vez, foi de 4 jogos para tentativa de agressão, o que nos parece desprovido de qualquer bom senso, promovendo também em nosso entender clara desigualdade nos critérios utilizados, em desfavor desta SAD.
4. Tal desigualdade, que temos que acreditar não ser premeditada, facilmente e caso houvesse alguma humildade por parte de quem tem a competência para o efeito, poderia ser corrigida, através da decisão em tempo dos recursos em causa. O que não aconteceu, e não pode por esta SAD deixar de merecer a mais viva indignação, sentida aliás pelos adeptos do Boavista (com os quais nos solidarizamos) e desportistas em geral que acompanham o assunto.
5. Recorde-se, além do mais, que as suspensões surgiram na sequência do ambiente provocado por uma arbitragem em nossa opinião completamente desastrada (para não dizer outra coisa), com dualidade de critérios e forte prejuizo desportivo desta SAD, bem como de provocações graves de um jogador adversário.
6. Não está em causa que pudesse haver sanções para os nossos jogadores, que agiram precipitadamente mas claramente em função do ambiente criado por terceiros, mas sim a dimensão das mesmas, e sobretudo a ausência de decisão em tempo útil dos recursos respetivos, o que limitou sobremaneira as opções da equipa técnica e causou como tal grave dano desportivo a esta SAD.
7. De que vale então a possibilidade regulamentar de recorrer, se o órgão respectivo, profissionalizado e ao qual como publicamente anunciado não faltam meios nem recursos para exercer a sua função, não decide em tempo útil como o mais elementar bom senso e senso comum exigiriam?
8. Como tal, vimos desde já anunciar que este assunto terá o tratamento jurídico que merece, desde logo exigindo esta SAD a análise dos recursos em causa, sendo que serão desde já estudados e implementados todos os meios legítimos de reagir a esta situação que, repetimos, lhe causou fortes e óbvios danos desportivos, como qualquer pessoa isenta seguramente também concluirá, e à qual pensamos a Comunicação Social e Opinião Pública nacionais que pretendam um futebol mais justo e transparente seguramente não poderão ficar indiferentes.»