Empresária foi indicada para chairman da Sonangol e deixa os cargos de administração nas empresas portuguesas
Isabel dos Santos, que hoje tomou posse como presidente do conselho de administração da petrolífera angolana Sonangol, a maior empresa do país, acaba de renunciar, com efeitos imediatos, aos cargos na gestão de empresas portuguesas que controla. "Reforçar as garantias de transparência no desempenho das novas funções" e "evitar problemas de conflito de interesse" são os motivos invocados pela empresária angolana.
Em declarações enviadas ao DN, Isabel dos Santos explica que já comunicou aos presidentes dos conselhos de administração da operadora NOS, do Banco BIC e da Efacec a sua renúncia aos cargos de administração nelas assumidos, com efeitos ao final do mês de julho ou ainda antes, se até lá for indicado um substituto para o cargo.
Isabel dos Santos na Sonangol para cortar custos e subir lucro
"A renúncia imediata aos cargos de administradora das sociedades que conduzem os seus principais investimentos em Portugal resulta apenas da nomeação como presidente do conselho de administração da Sonangol", esclarece a empresária.
Nomeada na quinta-feira para o cargo na petrolífera pelo pai, o Presidente angolano José Eduardo dos Santos, Isabel dos Santos tomou posse esta tarde em Luanda, cerca de 10 minutos antes das 17.00, relata a Lusa, na presença dos ministros dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, e das Finanças, Armando Manuel, entre outros membros do governo. Além da empresária, tomaram posse Paulino Jerónimo como CEO e a sua nova equipa executiva, composta por César Paxi Manuel João Pedro, Eunice Paula Figueiredo Carvalho, Edson de Brito Rodrigues dos Santos, Manuel Luís Carvalho de Lemos, João Pedro de Freitas Saraiva dos Santos e Jorge de Abreu. Entraram ainda, como administradores não executivos, José Gime, André Lelo e Sarju Raikundalia.
Um grupo de 12 juristas angolanos anunciou que vai avançar com uma providência cautelar esta semana para suspender a nomeação de Isabel dos Santos para chairman, defendendo que o presidente angolano "violou a lei da Probidade Pública". Uma pretensão que outros juristas garantem que não tem enquadramento legal, pelo que não poderá ter efeitos, escreve a Lusa. O líder do maior partido da oposição, a UNITA, também quer levar a nomeação a discussão no Parlamento.