O agravamento súbito e significativo dos caudais libertados pelas barragens espanholas deverá provocar o galgamento de margens e cheias na bacia do Tejo em Portugal a partir desta tarde.
Com esse aumento dos caudais, que "são agora de 1.500 metros cúbicos por segundo [m3/s], é expectável a ocorrência de episódios de cheias na bacia do Tejo em Portugal nas próximas seis a oito horas", disse à agência Lusa, cerca das 12 horas, o comandante distrital da Proteção Civil de Santarém.
Mário Silvestre explicou que, "decorrente da precipitação que se tem sentido no distrito de Santarém, mas essencialmente das descargas das barragens espanholas e portuguesas, os níveis hidrométricos e caudais do rio Tejo têm vindo a aumentar, podendo atingir os 2.000 m3/s em Almourol".
O responsável referiu ainda que é previsível o galgamento da margem direita do rio Tejo, com submersão de zonas ribeirinhas na Golegã, no cais de Tancos (em Vila Nova da Barquinha), na zona baixa de Constância e em Reguengo do Alviela (Santarém).
"Não é possível ainda quantificar exatamente os impactos das cheias."
"Não é possível ainda quantificar exatamente os impactos das cheias", observou Mário Silvestre.
A Proteção Civil alertou as populações para adotarem medidas de proteção, tais como retirar normalmente inundáveis equipamentos agrícolas, industriais, viaturas e outros bens, recolher os animais para locais seguros e não atravessar com viaturas ou a pé estradas ou zonas alagadas.
O responsável pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém pede ainda à população "que se mantenha informada através dos órgãos de comunicação social ou dos agentes de proteção civil, desenvolvendo as ações necessárias para a sua proteção, da sua família e dos seus bens".
Também os Bombeiros Municipais de Santarém lançaram entretanto um aviso, referindo que na madrugada de terça-feira é previsível a submersão da Estrada Nacional 365 em Palhais, entre a ribeira de Santarém e Alcanhões e entre a ponte do Alviela e o Pombalinho, "isolando a povoação de Reguengo do Alviela".
Prevê-se ainda a submersão do Caminho Municipal 1348, entre a ribeira de Santarém e Vale Figueira.