Um estudo concluiu que as viúvas sofrem menos stress e são mais resistentes do que as mulheres cujos maridos estão vivos.
O estudo da Universidade de Pádua, Itália, concluiu que, enquanto os homens sofrem consequências negativas após a morte das mulheres - porque são mais dependentes delas -, as mulheres viúvas parecem ficar mais saudáveis.
Caterina Trevisan, que liderou a equipa de investigadores, explica que a presença da mulher traz benefícios ao homem, poupando-o no âmbito das responsabilidades domésticas e cuidados de saúde. Já as mulheres casadas "sentem-se mais stressadas e consideram o seu papel restrito e frustrante".
"As mulheres casadas parecem sofrer os efeitos de carregarem um fardo, uma vez que é frequente dedicarem-se a cuidar dos maridos na velhice", acrescentou a investigadora, citada pelo "The Telegraph".
No mesmo estudo, verificou-se que, em comparação com os homens solteiros, as mulheres solteiras apresentam menor risco de sofrer de depressão e ansiedade, têm maior nível de satisfação e produtividade no trabalho, e correm menor risco de isolamento social por manterem relações familiares e de amizade mais fortes.
Finalmente, percebeu-se ainda que as viúvas lidam melhor do que os viúvos com o stress resultante da morte do companheiro, com um aumento significativo do risco de depressão no caso dos homens.
"Isto pode ajudar a explicar o menor risco de exaustão verificado nas mulheres sós, que parecem estar mais integradas socialmente do que os homens sozinhos, que, em consequência, ficam mais frágeis", acrescenta Caterina Trevisan.
O estudo abrangeu 733 homens italianos e 1154 mulheres com mais de 65 anos. Verificou-se que as viúvas tinham 23% menos probabilidade de se sentirem frágeis do que as mulheres casadas.
"Estes resultados contrastam em parte com estudos anteriores, mas mantém-se o efeito protetor do casamento na mortalidade, níveis de saúde e depressão nas mulheres, assim como nos homens", salienta a investigadora de Pádua. "São necessárias mais pesquisas para verificar o impacto de recentes alterações na nossa estrutura social no estado civil e fragilidade", concluiu.